As políticas ambientais da desastrosa gestão de Jair Bolsonaro têm reduzido a cinzas a imagem internacional do Brasil. Se a crise já parecia incontrolável – cujo símbolo máximo é a Amazônia em chamas – agora parece ter entrado num caminho sem volta com a decisão da ONU de vetar o discurso do país durante a cúpula do clima que a entidade realiza no próximo dia 23 em Nova Iorque.
A razão do veto não poderia ser mais literal: “O Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima”, declarou o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba, em reportagem publicada nesta quarta (18) pela Folha de S. Paulo.
Em agosto, o próprio secretário-geral, António Guterres, já havia vindo a público para demonstrar preocupação com o aumento de 83% no número de queimadas registradas no Brasil de janeiro a agosto deste ano – a gestão bolsonarista tem conquistado todos os recordes negativos após praticamente limitar a atuação do Ministério do Meio Ambiente aos interesses do agronegócio.
“Estou profundamente preocupado com os incêndios na floresta amazônica. Em meio a uma crise climática global, não podemos arcar com mais danos a uma importante fonte de oxigênio e de biodiversidade”, disse o chefe das Nações Unidas por meio de mensagem publicada em suas redes sociais.
Agora, às vésperas de um dos mais importantes eventos do calendário da ONU, o Brasil volta a ser o centro das atenções por sequer ter enviado alguma proposta para ser avaliada pela entidade – a cúpula deste ano já é considerada a mais importante desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015 e pretende avançar nos acordos para conter o aumento constante da temperatura média do planeta.
Bolsonaro dará desculpa para fugir da ONU?
A notícia de que o impopular presidente brasileiro pode se ausentar da Assembleia Geral da ONU, que acontece no próximo dia 24 (um dia depois da cúpula do clima) não chegou a ser recebida com surpresa – o hábito de fugir sempre que o cerco se fecha já é mais do que notório.
Se mudar de ideia e aceitar que o cargo que ocupa exige diplomacia e diálogo, Bolsonaro chegará ao evento pressionado. Em sua última entrevista coletiva como presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, na segunda-feira (16), a diplomata equatoriana María Fernanda Espinosa aconselhou o brasileiro e os demais estreantes na tribuna da entidade a virem com “atitude construtiva” ao evento principal, marcado para o próximo dia 24.
Como não apresentou propostas para o clima, sua ausência ou sua presença certamente será vergonhosa.
Da Redação da Agência PT de Notícias