Com um acervo de 42 mil itens e 3 mil discursos de presidentes, a biblioteca do Palácio do Planalto está sendo reduzida pela metade por ordem de Jair Bolsonaro, que mandou construir no local um gabinete com banheiro privativo para uso da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Segundo informações de Bela Megale, na edição deste sábado do jornal O Globo, a tradicional biblioteca da Presidência da República, localizada no anexo I do Palácio, vai receber a equipe do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro.
O valor gasto com a reforma não foi informado pela assessoria da Presidência da República, que em julho do ano passado gastou R$ 328,8 mil em dinheiro público na montagem e decoração de um gabinete para a primeira-dama no bloco A da Esplanada dos Ministérios.
No entanto, Michelle decidiu mudar seu “escritório” para o Palácio do Planalto, para despachar em uma sala próxima ao marido. Como primeira-dama, Michelle não tem direito a salário. Ela também não dá expediente todos os dias no local, segundo funcionários do ministério.
Biblioteca
Com o desmonte, a biblioteca presidencial do Planalto terá seus espaços de estudo, convivência e leitura praticamente extintos. Também não terá mais capacidade de aumentar o acervo, segundo pessoas que acompanham as obras.
“Nossa preocupação é o impacto dessa reforma na preservação da memória institucional do Brasil. Em todos os países, as bibliotecas presidenciais têm o objetivo de preservar o legado dos presidentes”, disse ao jornal O Globo Fábio Cordeiro, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região.
A previsão é que os trabalhos iniciados na semana passada terminem no início de março.