Partido dos Trabalhadores

Bolsonaro é condenado por má gestão ambiental pelo Parlamento Europeu

Violações na Amazônia e mortes de Bruno e Dom fazem parte da resolução que condena Bolsonaro, aprovada por 362 votos a favor e 16 contra

Ricardo Stuckert/Site do PT

Bolsonaro é condenado por má gestão ambiental pelo parlamento europeu

O rastro de destruição de Bolsonaro está largo e tem repercussão mundial. Por má gestão ambiental no Brasil, Bolsonaro foi condenado pelo Parlamento Europeu por violações na Amazônia e pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, na região do Vale do Javari.

Autoridades exigem medidas emergenciais de proteção aos direitos humanos, à vida dos povos indígenas e ao meio ambiente na região da Amazônica. A resolução de condenação foi aprovada por 362 votos, com 16 contra.

Para o secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores (PT), Penildon Silva, a condenação é uma sinalização do isolamento do governo de Bolsonaro no cenário internacional, após o Brasil ter sido protagonista no enfrentamento à emergência climática e ao desmatamento nos governos de Lula e Dilma.

“A resolução condena a situação precária dos povos indígenas, dos defensores dos direitos humanos e ativistas ambientais no Brasil, assim como externa preocupação com os projetos de lei já aprovados e os ainda na pauta do Congresso que querem destruir qualquer regulação ou proteção ambiental”.

Modelo econômico

Penildon fala sobre modelo econômico e ressalta que o Brasil promoveu a maior redução de desmatamento da Amazônia da história com o PT e lamenta que Bolsonaro tenha destruído as conquistas.

“Hoje, somos exemplo de destruição ambiental que coloca em risco a economia do país e a vida no mundo. A União Europeia e até os Estados Unidos e a China já sinalizaram que podem deixar de comprar as commodities brasileiras devido ao desmatamento, à destruição dos biomas e de sua biodiversidade e pelo completo desrespeito aos direitos humanos. Precisamos superar um modelo econômico que se alimenta da devastação para exportação de produtos primários, tanto porque o meio ambiente não suportará o nível de degradação que levará ao colapso da atividade agropecuária, como pelas barreiras econômicas que apenas prejudicarão o nosso país”.

Responsabilidade social e ambiental, inclusão social, um amplo programa de reflorestamento ao lado de uma política de desmatamento zero, a proibição de uso de agrotóxicos e estímulo à produção agroecológica e pela agricultura familiar são medidas viáveis e necessárias para o país, segundo o secretário ambiental do PT.

“O Brasil tem suporte tecnológico e financeiro para permitir um outro modelo econômico que garanta uma economia mais sustentável e a sobrevivência das pessoas. Da mesma forma, o Brasil deve fortalecer seus órgãos de controle, como IBAMA e ICMBIO e fazer um “revogaço” de todas as medidas criminosas contra o meio ambiente e os direitos humanos do governo Bolsonaro!”

Assassinatos de indígenas

Integrantes do parlamento europeu alertaram sobre a insegurança dos indígenas no Brasil e relembraram que em 10 anos, 43 indígenas foram assassinados na Amazônia, a metade no governo de Bolsonaro.

“Esta política é nociva para os direitos humanos e está acabando com um patrimônio brasileiro e da Humanidade, como é a Amazônia. Isso preocupa muito um sócio do Brasil, como é a União Europeia”, disse, em entrevista ao Globo, um dos principais defensores da iniciativa da resolução, o eurodeputado Miguel Urban, líder do Anticapitalistas.

Urban é um forte crítico do acordo negociado e fechado – embora ainda não assinado – entre a União Europeia e o Mercosul. Para o eurodeputado, é preciso aproveitar a campanha eleitoral brasileira para derrubar o entendimento.

Violência na Amazônia

A violência contra ativistas mulheres também é questionada na resolução, além do desmantelamento de agências governamentais brasileiras que atuam na proteção do meio ambiente.

Outro ponto indagado pelos parlamentares são as leis aprovadas recentemente pelo Congresso Nacional que, segundo eles, contribuem para a depredação do meio ambiente.

A demarcação de terras, tema que ainda está a ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem posicionamento contrário de Bolsonaro, faz parte das exigências da resolução. No documento é exigido o reconhecimento de terras indígenas e que o Brasil cumpra com o que está estabelecido no Acordo de Paris, sobre combate ao aquecimento global, entre outras coisas.

Da Redação, com informações do jornal O Globo