Partido dos Trabalhadores

Bolsonaro é motivo de preocupação e gera debate na ONU em Genebra

Conselho manifestou preocupação com proposta do candidato do PSL de “acabar com ativismo” e pediu “ajuda internacional”

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

Jair Bolsonaro

A comunidade internacional está profundamente preocupada com Jair Bolsonaro. Cidades em diversos países fizeram manifestações contra o racismo e a intolerância promovida pelo candidato do PSL. A preocupação chegou à Organização das Nações Unidas (ONU) e foi debatida, em Genebra, por representantes da sociedade civil, governos e empresas que negociam um tratado sobre empresas multinacionais e seu papel social e ambiental.

O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto pediu “ajuda internacional” ao fim de um discurso em que pedia a adoção de critérios humanitários em negócios que envolvam a exportação de commodities agrícolas. Ele manifestou preocupações com as propostas de Bolsonaro. A representante do governo Temer tentou barrar a discussão e disse que “acusações política” não tinham lugar no fórum, segundo informações do Estadão.

Bolsonaro afirmou que irá por fim a toda forma de ativismo do país e contará com apoio de grandes conglomerados empresariais do agronegócio, mineração, financeiro e outras empresas. “Pedimos o apoio e a solidariedade da comunidade internacional”, declarou o ativista, sendo aplaudido por alguns que estavam na sala.

O secretário-executivo do Cimi lembrou ainda da declaração assinada por outras 3 mil entidades e que “repudiava” a fala do candidato em relação a ativistas de direitos humanos e pedia um apoio de movimentos pelo mundo. De acordo com a declaração liderada pela Conectas Direitos Humanos:

“Por meio de nota, organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais nacionais e internacionais repudiaram a afirmação do candidato Jair Bolsonaro de que, se eleito, vai “botar um ponto final em todos os ativismos no Brasil”.

O documento destaca ainda que diversas leis foram conquistadas por meio de pressão de organizações ativistas, como as que criminalizam o racismo e a violência contra a mulher. A declaração também destaca que “calar a sociedade civil, como anuncia Jair Bolsonaro, é prática recorrente em regimes autoritários. Não podemos aceitar que passe a ser no Brasil.”

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estadão