Antes de viajar ao Distrito Federal, onde se reúne, nesta terça e quarta-feira (12 e 13) com empresários, parlamentares e participa de um ato público, Lula concedeu entrevista ao jornal da capital Correio Braziliense.
Na conversa, reafirmou seu compromisso com o combate à fome, criticou o teto de gastos e o orçamento secreto e denunciou o oportunismo eleitoreiro de Bolsonaro, que criou auxílios que só duram até dezembro.
Sobre esse último tema, Lula lembrou que, ainda em 2020, o atual governo queria dar um auxílio emergencial de R$ 200. Foi o PT e a oposição que garantiram, no Congresso, o valor de R$ 600, que Bolsonaro foi reduzindo.
“Agora, ele criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro. Depois disso, vale a palavra do Bolsonaro, que não vale nada, como o mundo sabe, porque todo mundo sabe que ele é um mentiroso”, alertou o ex-presidente.
Lula, porém, está convencido de que a população não será enganada por Bolsonaro. “Tem gente que pensa que o povo é bobo. O Bolsonaro ficou três anos e meio no poder, não liga para nada, fica passeando de moto e espalhando mentira; chega perto da eleição, tenta comprar o voto do povo, que está em uma situação difícil, vendo o preço de tudo subir cada vez que vai ao supermercado.”
O ex-presidente voltou a aconselhar a população a não negar o benefício e, depois, votar com consciência. “Se essa verba chegar para o povo, o povo tem mais que pegar o dinheiro e depois votar com sua consciência. O povo vai avaliar como Bolsonaro tem desrespeitado os trabalhadores, as mulheres, como foi um desastre na pandemia, que não tem nada de bom para apresentar, e vai votar contra ele”, afirmou.
Combate à fome
Assim, como fez ao assumir a Presidência em 2003, Lula mantém o combate à fome como uma de suas prioridades. “Isso é um compromisso de vida. Conseguimos, com toda a sociedade, criar políticas públicas e promover inclusão social que tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU, e agora estamos de volta. Essas políticas públicas foram desmontadas, e a fome voltou. Nós vamos resolver isso, é a maior prioridade”, garantiu.
Para alcançar esse objetivo, Lula pretende, caso volte a governar o Brasil, trabalhar para que não existam mais nem o orçamento secreto nem o teto de gastos. “O país não pode ter algo chamado orçamento secreto. Eu quero que o país tenha um orçamento participativo, com as pessoas podendo participar pela internet, opinar no destino dos recursos dos seus impostos”, defendeu.
Sobre o teto de gastos, disse: “Eu governei oito anos com responsabilidade fiscal, social, econômica, com todo o tipo de responsabilidade possível, sem precisar de teto nenhum. Em nenhum país existe esse teto. Nem no Brasil, onde a toda hora se cria uma exceção ao teto. O maior problema de teto no Brasil são as milhares de famílias que viraram sem teto nas grandes cidades, morando nas ruas. Esse é o teto que me preocupa”.
Bolsonaro: violento e covarde
Por fim, Lula disse que Bolsonaro não tem outra opção a não ser aceitar o resultado das urnas e, ao ser questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro usar o 7 de Setembro para desestabilizar o país, disse que, caso tente isso, o ex-capitão não terá sucesso.
“O Bolsonaro faz um discurso violento, cheio de bravata, bem típico de um covarde, que tenta estimular a violência no país. Inclusive, tivemos essa tragédia em Foz do Iguaçu. Isso de 7 de Setembro, ele, inclusive, já tentou antes. Não deu certo aquela vez e não vai dar certo de novo.”
Da Redação, com informações do Correio Braziliense