O presidente mais mentiroso da história acabou de acrescentar mais uma grande lorota para a sua coleção. Depois de garantir, durante a campanha de 2018, que ia corrigir a tabela do Imposto de Renda e isentar todos que ganhassem até R$ 5 mil, Jair Bolsonaro não só descumpriu sua promessa como fez os brasileiros pagarem imposto como nunca.
Quem desmascara o mentiroso é o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). Levantamento feito pela entidade mostra que a tabela do IR atingiu, em três anos e três meses de governo Bolsonaro, a maior defasagem desde a criação do Plano Real: 24%. O menor índice foi com Lula, no segundo mandato: 2,48% (veja gráfico abaixo).
O que é a defasagem da tabela?
A tabela do Imposto de Renda determina quem paga e quanto se paga de imposto no Brasil. Hoje, por exemplo, quem ganha menos que R$ 1.903,98 não precisa pagar. Quem ganha entre esse valor e R$ 2.826,65, paga 7,5%. E à medida que o salário aumenta, sobe também esse percentual, chamado de alíquota do Imposto de Renda.
Todo ano, porém, a inflação sobe e os salários são reajustados. Se a tabela não muda junto, o trabalhador fica prejudicado. Para entender, imagine um trabalhador que ganhava, até 2021, R$ 1.900. Com esse salário, não pagava imposto. Porém, por causa da inflação, o salário dele foi reajustado em 10% e ele passou a ganhar R$ 2.090. Se a tabela do IR não muda, esse aumento de salário acaba prejudicando esse trabalhador, pois ele entra na faixa das pessoas que pagam imposto e passa a ter descontado 7,5% do seu salário.
Ou seja, quando a tabela não é corrigida, ela fica defasada, atrasada em relação à inflação. E quanto mais defasada, maior é o imposto cobrado dos brasileiros e maior é o número de brasileiros obrigados a pagar imposto. E nenhum presidente foi tão maldoso com a tabela quanto Bolsonaro.
Como Lula e Dilma fizeram?
Nos primeiros quatro anos do governo Lula, a defasagem do Imposto de Renda ficou em 7,5%. Lula, então, estabeleceu um reajuste fixo anual da tabela de 4,5%. Com isso, em seu segundo mandato, a defasagem foi a menor da era pós-Plano Real: só 2,48%.
Dilma manteve as correções e fechou o primeiro mandato com defasagem de 6,53% e o segundo, até o impeachment, em 4,8%. Dilma, aliás, foi a última a fazer uma correção da tabela. Nem Temer, que assumiu após o golpe de 2016, nem Bolsonaro, o mentiroso, reajustaram 1% sequer.
Com isso, no tempo do PT, a tabela do IR teve reajuste de 69%, contra 17,5% nos anos de FHC e zero com Temer e Bolsonaro. Agora que o ano eleitoral chegou, Bolsonaro e Guedes falam em fazer um reajuste da tabela. Antes disso, as preocupações da dupla eram outras, como, por exemplo, zerar imposto para a compra de jet ski, veleiros e planadores e para importação de armas.
Da Redação