Além dos mais de 50 e-mails com ofertas de vacinas da Pfizer ignorados pelo governo Bolsonaro, o Brasil também deixou de adquirir o imunizante pela metade do preço que foi vendido nos EUA e na Europa. Então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello considerou, em agosto de 2020, o valor de U$ 10 cada dose do imunizante muito caro. À época, a empresa ofereceu 70 milhões de doses ao governo brasileiro.
Por causa da condução desastrosa do governo, que resultou em um atraso de oito meses entre a primeira oferta e a chegada das primeiras doses, o Brasil deixou de salvar milhares de vidas e quebrou a economia. De acordo com dados da Folha de S. Paulo, tanto os EUA quanto o Reino Unido já vacinaram perto de 40% de suas populações com duas doses podendo, portanto, retomar a atividade econômica.
Com o programa de vacinação caminhando a passos de tartaruga, atividade econômica do país paralisou. Os indicadores sociais fizeram o país retroceder uma década e meia, com aumento da fome e da pobreza extrema. O desemprego atinge quase 15 milhões de trabalhadores.
“Qualquer que fosse o preço da vacina oferecida ao Brasil, valeria a pena”, afirmou o infectologista Eder Gatti, em entrevista ao jornal. “Seja pelo impacto em vidas, pelas colossais perdas de uma economia fechada ou o custo de R$ 1.500 ao dia de um paciente internado em uma UTI Covid”.
“O Brasil perdeu uma chance de ouro de emplacar logo com a Pfizer a preços convenientes”, disse o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Lotufo, também em declaração à Folha.
“A Pfizer percebeu que estaria na frente [na corrida das vacinas], mas precisaria muito do Brasil porque seria um local de aplicação imediata, uma vitrine maior do que Israel acabou sendo, com a vantagem de o SUS ser bom pagador e único no país”, observou professor.
Israel pagou o equivalente a U$ 23,50 a dose e já imunizou mais de 60% da população.
Da Redação, com informações de Folha de S. Paulo