Alvo de críticas internacionais pela devastação da Amazônia,o governo de Jair Bolsonaro (PSL) enviou um documento para seus representantes fora do país para defender a política ambiental brasileira usando dados do governo Lula e Dilma, que reduziram o desflorestamento ilegal em 82%, de acordo com a BBC.
Já na “Era Bolsonaro”, o desmatamento em julho aumentou 278% com relação ao mesmo mês do ano passado. São 19 hectares desmatados por hora, o dobro do registrado no mesmo período em 2018. “Isso significa que em duas semanas, 6.880 hectares de floresta preservada na Região Amazônica – o equivalente a quase 7 mil campos de futebol – foram totalmente perdidos”, registra matéria veiculada pelo Uol.
Bolsonaro mente para desviar o foco
Como de praxe, para desviar o foco de seu desgoverno, Bolsonaro insinuou, nesta quarta (21), que Organizações não Governamentais (ONGs) de proteção ao meio ambiente estariam envolvidas em incêndios ilegais. Essas queimadas ilícitas têm atingido terras indígenas e unidades de conservação, com 68 casos registrados só nesta semana.
Mais uma vez, Jair não apresentou provas e afirmou que a intenção dessas organizações seria prejudicar seu governo: “Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses ongueiros para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil”, disse em entrevista na entrada do Palácio da Alvorada.
Para piorar, Bolsonaro também acusou governadores da região amazônica de serem coniventes com incêndios ilegais na área: “Tem governador, não quero citar nome, que está conivente com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem estados aí, que não quero citar, na região Norte, que o governador não está movendo uma palha para ajudar a combater incêndio”, sem apresentar qualquer evidência novamente.
“É uma declaração esdrúxula, para desviar a atenção. Na medida em que ele desmonta estruturas de fiscalização e controle sobre queimadas e desmatamento, ele libera a Amazônia para mineração, e faz essas declarações para desviar atenção das medidas absurdas que ele publica cotidianamente no Diário Oficial da União”, disse Nilto Tatto, deputado federal (PT-SP) e secretário nacional de Meio Ambiente do Partido, em entrevista à Agência PT.
Queimadas ilegais
O país sofre com inúmeras queimadas todos os anos no inverno, mas a situação está pior com o atual governo. De janeiro até esta segunda (19), já foram registrados 72.843 focos de incêndio no país, um aumento de 83% em relação ao mesmo período ao ano passado.
A situação tende a piorar em setembro, quando a estiagem na região Norte se intensifica. Por isso, o governo do estado do Amazonas já montou um gabinete de crise para combater os focos de incêndio e elaborar estratégias para impedir novas queimadas ilegais. No Acre, o governo considera a possibilidade de declarar estado de calamidade, e os bombeiros do estado têm enfrentado dificuldades para atender à todas as chamadas de incêndio.
O desmonte e as consequências
O deputado Nilto Tatto afirma que o crítico panorama atual é consequência direta de ações do governo Bolsonaro: “Ele está adotando uma postura de desmonte de todas as conquistas da legislação ambiental, asseguradas pela própria Constituição. O governo está destruindo programas sociais que atendem povos indígenas e comunidades quilombolas, implementadas principalmente por Lula e Dilma. E a natureza vem dando respostas, como ocorreu segunda-feira na cidade de São Paulo, onde ocorreu uma espécie de anoitecer à tarde”.
Nesta segunda (19), o céu de São Paulo foi um dos assuntos mais comentados no mundo. Às 15h, o sol sumiu, as nuvens cinzas tomaram conta e a luz foi embora. O início de tarde tinha cara de noite, e a repentina escuridão causou espanto nos moradores da paulistanos. Mas o susto maior veio com a explicação para o breu que tomou conta do céu. Meteorologistas explicaram que os incêndios na região Amazônica e no Centro-Oeste estão tão intensos que os ventos estão trazendo parte desta fumaça para o Sudeste, deixando as nuvens carregadas de chuva ainda mais acinzentadas.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo