O futuro ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PSL), o economista Paulo Guedes, vai criar uma secretaria especialmente para acelerar a entrega do patrimônio do povo brasileiro ao capital estrangeiro. A nova estrutura deverá se chamar Secretaria de Privatizações e Desinvestimento e será vinculada ao Ministério da Economia, que será comandado pelo próprio Guedes.
Segundo reportagem da Reuters, o objetivo é colocar a política de venda de ativos das estatais no centro das decisões do governo, sinalizando essa ação como uma das prioridades da futura gestão Bolsonaro. Guedes, inclusive, já declarou que quer privatizar cerca de 1 trilhão em ativos de estatais.
Nesta segunda-feira (19), Bolsonaro anunciou o economista Roberto Castello Branco como o futuro presidente da Petrobras. Ele é um ferrenho defensor da venda quase irrestrita da empresa brasileira. Ele já defendeu com todas as letras, em artigos publicados entre maio e junho deste ano, a privatização das atividades referentes ao refino e distribuição, afirmando que a medida seria urgente.
Para o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), William Nozaki, a nomeação mostra que a ala privatista tem predominado nas disputas internas da equipe de transição de Bolsonaro. Ainda segundo Nozaki, a privatização da estatal trará consequências negativas para o povo brasileiro.
O diretor acredita que a Petrobras pode se tornar uma mera exportadora de óleo cru, o que, com as crescentes tensões entre países produtores de petróleo, o preço de derivados como gasolina e óleo diesel ficará ainda mais volátil. Em outras palavras, haverá mais aumentos nos preços, já que a estatal deixará de atuar nas áreas que mais impactam nos valores.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Reuters