O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato à prefeitura de São Paulo, participou de uma live, nesta sexta-feira (25), com o concorrente derrotado no primeiro turno Pablo Marçal (PRTB). O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, não compareceu ao encontro, apesar de convidado. “Não fujo de embate com ninguém”, reafirmou Boulos.
Durante a conversa, o candidato assegurou que vai solucionar a dramática questão da parcela da população paulistana que vive nas ruas. “Eu vou fazer o maior programa de moradia da história dessa cidade, isso é compromisso meu de vida. Não é conversa de campanha, é o que eu fiz minha vida toda”, afirmou o candidato, que tem como vice Marta Suplicy (PT), considerada pelos paulistanos a melhor prefeita nos últimos 40 anos, de acordo com o Datafolha.
Apoio ao empreendedorismo
Sobre empreendedorismo, o candidato defendeu que a prefeitura e o estado de São Paulo auxiliem os trabalhadores que desejam abrir o próprio negócio. Boulos ressaltou que foi nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente do presidente Lula, que as empresas mais cresceram e lucraram.
“Essa ideia de que eu ou a esquerda sejamos ‘contra empresas’ não é uma ideia verdadeira. Aliás, o período em que as empresas mais prosperaram e tiveram lucro foi em governos como o do Lula, em que o país teve crescimento econômico importante”, lembrou.
“Eu concordo que as pessoas que sigam pelo caminho de empreender […] precisam ser valorizadas, pelo estado e pela prefeitura. A prefeitura não pode aparecer para quem empreende só para cobrar boleto, como acontece hoje”, defendeu o deputado, antes de manifestar orgulho por sua carreira como professor e empatia pelas parcelas mais desfavorecidas da população.
Justiça social
Boulos também falou das suas preferências políticas e do motivo de ter-se identificado com os pensamentos do campo ideológico da esquerda. O candidato do PSOL atribui isso à experiência com as pessoas sem teto, que lhe aproximou de uma realidade dolorosa. “O que me faz levantar da cama todo dia é defender uma cidade e uma sociedade com oportunidades iguais para todo mundo, cara.”
“Não quer dizer que todo mundo vai chegar no mesmo lugar. Mas que sejam oferecidas as mesmas oportunidades para quem mora em Paraisópolis e no Morumbi, a mesma. Acho que esse é o papel do poder público”, completou.
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O deputado também lamentou que 80 mil pessoas ainda morem nas ruas de São Paulo, a cidade mais rica da América Latina, e atribuiu a nefasta estatística à falta de oportunidades para todos.
“Tem gente ali que nunca teve ninguém para dar um empurrãozinho para ela. Eu vou zerar a população de rua na cidade de São Paulo”, comprometeu-se, antes de dizer que conviveu com essas pessoas, que sabe como elas pensam e que sabe como resolver a questão.
O candidato disse ainda que se o problema não estiver resolvido, em quatro anos de mandato, todos poderiam cobrá-lo.
Prefeito ausente
A live durou cerca de uma hora, mas o prefeito de São Paulo não apareceu para defender seu mandato. Boulos fez questão de rememorar que Nunes está inserido no inquérito da Polícia Federal (PF) que apura um “complexo esquema de desvio de valores públicos, inclusive verbas federais, que estaria sendo realizado por Organizações Sociais e Mantenedoras de Centros de Educação Infantil e creches que prestam serviços para a Prefeitura de São Paulo”.
“A diferença está aqui: de um lado, tem alguém que não foge, não foge de debate, olho no olho, não foge de debate […] Do outro lado está alguém que se acovarda, que foge de responsabilidade, que só decide as coisas em porta fechada”, concluiu Boulos.
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Da Redação, com informações do Diário do Centro do Mundo