O ex-presidente Lula recebeu, nesta quinta-feira (30), a visita de Martin Schulz, líder da Social-Democracia alemã e ex-presidente do Parlamento Europeu. “Encontrei uma pessoa muito corajosa e muito combativa”, disse em entrevista após a visita, ao lado do candidato a vice de Lula, Fernando Haddad.
“O Brasil teve um papel muito importante na política internacional e, nesse sentido, está bem instruído a implementar a recomendação do Conselho da ONU“, afirmou, referindo-se a decisão que determina ao governo brasileiro que garanta a participação de Lula nas eleições presidenciais deste ano.
Haddad reforçou a afirmação de Schulz sobre a decisão da Comissão de Direitos Humanos da ONU. “As pessoas que acompanham o Brasil e conhecem o presidente Lula já se sensilizavam com a situação dele, mas depois da decisão da ONU isso ganhou volume e só tende a crescer, sobretudo se as autoridades brasileiras desrespeitarem essa que é mais que uma recomendação, é uma determinação a um País que aprovou em seu Congresso Nacional a incorporar do tratado internacional como lei nacional”, disse.
Schulz lembrou da antiga relação pessoal e política com Lula, que conheceu quando ele ainda era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Vim ao Brasil na condição de representante da social democracia alemã e dos socialistas europeus, para cumprimentar uma pessoa com a qual cooperamos durante um longo tempo”, afirmou.
Segundo o alemão, as eleições deste ano no Brasil serão decisivas para a democracia em todo o mundo. “Creio que as eleições que se aproximam não se revestirão de importância imensa apenas para o continente latinoamericano, mas para o mundo inteiro. Estamos numa situação política muito peculiar. No lugar do multilateralismo e da democracia, defendidas pelos governos Lula e Dilma, estamos vivenciando, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, as políticas nacionalistas”, disse.
O PT, Lula e a esquerda brasileira representam a cooperação interessante em torno dos direitos humanos, ressaltou Schulz. “Estamos aqui para expressar solidariedade com o PT e seu candidato”, afirmou. “Não me compete formar juízo sobre as sutilezas do embate político no Brasil, mas uma coisa fica clara para nós: as circunstâncias do processo contra ele lança grandes dúvidas”, completou.
“Não estou aqui para proferir juízo sobre a Justiça brasileira, mas poder nenhum desse mundo vai me impedir de continuar confiando num homem com quem cooperei por tantos anos e continuo funcionando”, concluiu.
Por Luiz Lomba, para Agência PT de Notícias, direito de Curitiba