Uma boa notícia para o País no Dia Mundia de Meio Ambiente. O Brasil tornou-se a nação que mais agiu para reduzir a ameaça da mudança climática na primeira década do século 21, segundo relatório da Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados, segundo tradução livre). O documento foi apresentado na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas que ocorre em Bonn, na Alemanha.
No período, o País reduziu em 30% as emissões no Brasil. Atualmente, o país emite cerca de 750 milhões de toneladas de CO2 anualmente. A principal mudança foi no uso da terra, que registrou queda nas emissões em um bilhão de toneladas (64% menos), principalmente por causa do controle do desmatamento da Amazônia.
Segundo o relatório, a mudança ocorreu com uma velocidade “impressionante” após 2004. Além do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o texto dá crédito às ações do Ministério Público que levou à adesão dos setores de carne bovina e soja aos programas do governo.
O estabelecimento de acordos com matadouros e exportadores fez com que os limites das fazendas fossem demarcados e os produtores que desmatam puderam ser excluídos da cadeia exportadora.
“Possibilitado, em parte, pelo capital político alcançado por meio do desenvolvimento social e econômico”, diz o relatório, “o governo Lula também criou uma mudança na dinâmica política na região da Amazônia”.
Assim, o desmatamento, visto no século 20 como algo necessário para o desenvolvimento, passou a ser visto como uma destruição de recursos. Outra contribuição importante para reduzir as emissões por desmatamento, diz o relatório, foi a permanente expansão da rede brasileira de terras indígenas e das áreas protegidas no Amazonas desde 2002.
O estudo constata que mais de 50% da floresta amazônica brasileira está agora sujeita a algum tipo de proteção reconhecida legalmente e quase a metade da terra é reservada aos indígenas.
Plano ABC – No governo Dilma Rousseff, o Plano Safra passou a ter um componente de incentivo à produção que reduz as emissões de gases de efeito estufa pela agricultura empresarial – como a produzida na queima de combustíveis fósseis, o desmatamento, a drenagem de pântanos, as fertilizações nitrogenadas ineficientes, as queimadas, o preparo intensivo do solo, entre outras.
O Plano ABC prevê que o uso do solo continue com um papel importante na redução do efeito estufa, sendo responsável por 22,5 % do compromisso nacional voluntário para cortar as emissões entre 2010 e 2020. A meta é reduzir de 1.168 milhões de t CO2eq a 1.259 milhões de t CO2eq, do total das emissões estimadas para o ano de 2020 (3.236 milhões de t CO2eq).
Com o Plano ABC, as medidas de redução das emissões de gases vão além da Amazônia e cobrem todo o território nacional.
Por Márcio Venciguerra, da Agência PT de Notícias