Partido dos Trabalhadores

Brasil não promete, mostra resultados, diz Dilma na ONU

País cumpriu o compromisso voluntário assumido na Conferência de Copenhague, em 2009, de reduzir as emissões

Nova Iorque - EUA, 23/09/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante Sessão Plenária da Cúpula do Clima. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

“O Brasil não anuncia promessas, mostra resultados”, disse a presidenta Dilma Rousseff em discurso na Cúpula do Clima das Nações Unidas nessa terça-feira (23), em Nova York.

Dilma apresentou as realizações do País desde o compromisso voluntário assumido na Conferência de Copenhague, em 2009, de reduzir as emissões de gases poluentes entre 36% e 39%.

“Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano em média, 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono”, disse a presidenta.

Dilma defendeu medidas internacionais ambiciosas para conter o aquecimento global e um acordo climático que promova o desenvolvimento sustentável. “O crescimento das nossas economias é compatível com a redução das emissões. O Brasil está fazendo isso: ao mesmo tempo em que diminuímos a pobreza e a desigualdade social, protegemos o meio ambiente”.

As práticas agrícolas da agricultura familiar e de baixo carbono mereceram destaque no discurso da presidência, que disse que os programas são decisivos para a segurança alimentar e nutricional de milhões de brasileiros. Afirmou que os resultados desses programas desmentem a contradição entre produção agrícola e proteção ao meio ambiente: “Prova que é possível crescer, incluir, conservar e proteger o meio ambiente”, ressaltou.

Para a presidenta, é preciso reverter a lógica de que o combate à mudança do clima é danoso à economia. Ela informou que o Brasil não quer repetir o modelo de países desenvolvidos, que conquistaram o bem-estar de suas sociedades com práticas prejudiciais ao meio ambiente, com altas taxas de emissões de gases. “Não vamos repetir esse modelo, mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o padrão de vida da nossa gente”.

“Nós, países desenvolvidos, temos igual direito ao bem-estar e estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. O Brasil é um exemplo disso”, finalizou o discurso.

Antes da presidenta, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que os líderes dos Estados estabelecessem um novo rumo diante dos riscos do aquecimento global. “A mudança climática é a questão crucial de nossa era. Ela decide nosso presente. Nossa resposta vai decidir nosso futuro”.

Mais de 120 chefes de Estado e de Governo participam da Cúpula. O objetivo do encontro é conhecer as medidas tomadas por cada país a fim de reduzir as mudanças climáticas e conhecer as iniciativas para conter o aquecimento global.

 

Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias