Partido dos Trabalhadores

Brasil quer mais investimento estrangeiro em pesquisa

Em audiência pública no Senado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, disse que é preciso encontrar nichos onde empresas internacionais possam fazer pesquisa no Brasil

Fábrica da Nokia na Finlândia - Nokia Lumia production images from Finland Nokia just posted on their Facebook page a set of images taken from their manufacturing plant in Finland. The factory is one of those where the Lumia 800 is being manufactured. January 25, 2012

O Brasil tem um sistema de inovação tecnológica com elevado grau de sofisticação, se considerado o padrão dos países em desenvolvimento. No entanto, para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, é preciso estimular o investimento de empresas estrangeiras em pesquisa no País.

“Os institutos de pesquisa do Brasil têm boa qualidade, assim como algumas universidades. Temos um sistema que trabalha em grau razoável de sofisticação e aportado volume elevado de recursos nele. Quais são as dificuldades, então? É que nós não temos as empresas”, explicou Aldo, durante audiência pública no Senado, nesta terça-feira (7).

O ministro citou países como os Estados Unidos, que além de institutos e pesquisadores, também dispõe de empresas em todas as áreas tecnológicas.

“O problema é que as empresas investem em seu país de origem porque é lá que elas recebem incentivo e dinheiro. O governo americano não vai dar dinheiro para a General Eletric investir em tecnologia no Brasil; vai subsidiar com pesquisa na sua matriz”, exemplificou.

Para ele, é preciso encontrar nichos onde empresas internacionais possam fazer pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Segundo ele, há interesse em investimentos em estudos que envolvam a biodiversidade nacional, lembrando que a flora brasileira oferece mais recursos que a da maioria dos países.

Outra iniciativa apontada por Aldo para incentivar a pesquisa local é ampliar a presença de doutores e PHDs nas empresas privadas. Segundo ele, enquanto nos Estados Unidos a maioria desses pós-graduados está na área privada, no Brasil, a maior parte trabalha no setor público.

“Quando você quer tornar o País competitivo, é com um produto, com um processo, com uma mercadoria. E se não tiver sistema voltado também para isso, não vai tornar o País competitivo. Há um grande esforço nosso de melhorar as exportações, mas aonde chegarmos com o nosso produto vai haver lá um chinês com o dele também. Ou melhoramos a qualidade e inovamos ou não vamos contornar essas dificuldades”, disse.

Medidas que visem o desenvolvimento tecnológico ajudarão o Brasil, inclusive, a melhorar os índices na balança comercial. Aldo lembrou que, atualmente, pesa contra a economia nacional a importação ou aluguel de equipamentos. Ele citou que uma única sonda alugada pela Petrobras chega a custar US$ 500 mil por dia.

“Pagamos um preço alto pelas nossas deficiências em inovação. Isso é paradoxo porque estamos entre as dez maiores economias do mundo. Nós precisamos estar atentos para as qualificações que podem nos ajudar a permanecer nesse grupo ou nos retirar desse grupo”.

Educação – Um dos desafios que devem ser superados para que o Brasil se torne um dos dez principais países em inovação refere-se à educação básica, segundo Aldo. Ele disse ser contra que a educação de base seja de responsabilidade dos municípios.

“O Brasil pode olhar para o futuro com confiança e otimismo, acompanhados do espírito crítico. Temos condições de enfrentar o desafio da ciência, tecnologia e inovação já se apoiando no que tem e melhorando aquilo que precisa ser melhorado”, disse.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT no Senado