O próximo leilão de fontes alternativas de energia elétrica de 2015, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), marcado para abril, tem 570 projetos inscritos, cuja soma da potência instalada será cerca de 15 mil megawatts (MW). Embora pareça pouco, o presidente Maurício Tomalsquim afirma que o Brasil possui o terceiro maior potencial hidrelétrico do mundo, mas utiliza apenas 1/3 de sua capacidade. Ele afirmou que o potencial eólico do País é de 10 usinas Itaipu, ou 143 mil MW.
“Aliás, estima-se que esse potencial seja o dobro, trezentos mil megawatts”, afirmou Tomaslquim.
Dos projetos apresentados por empresas estatais, de economia mista, estaduais e privadas, 530 são de usinas eólicas, representando cerca de 13 mil MW e 40 são usinas termelétricas à biomassa, com cerca de dois mil MW de potência instalada.
Em janeiro de 2016, haverá suprimento de energia de parte das termelétricas à biomassa e, em 2017, outras termelétricas e usinas eólicas passam a fornecer energia elétrica. Todos os estados do Nordeste terão um ou os dois tipos de usina. A Bahia é o estado com mais projetos inscritos. São 161 usinas eólicas, com geração de 3,8 mil MW, e uma termelétrica a biomassa, de 36 MW. O estado com menos usinsa é Alagoas, com uma termelétrica à biomassa, com geração de 31 MW.
A taxa de participação de fontes de energia renováveis no Brasil é de 86%, enquanto no mundo não passa de 18%. Da energia consumida no País, a taxa não passa de 10% de combustíveis fósseis, quando no mundo chega a 68% de todas as matrizes disponíveis.
Até o fim de 2010, o Brasil instalou 113.327 MW de geração de energia elétrica de fontes renováveis. Segundo dados do Ministério das Minas e Energia (MME), para os próximos 10 anos, o País necessita instalar 70 mil MW. Desse total, 80% da energia a ser contratada pelo governo virá de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e biomassa.
Tonalsquim ressaltou, tanto o diverso potencial das matrizes energéticas brasileiras, quanto a capacidade do PAC em reunir todos os lados interessados no processo de instalação de uma usina, como: o ambiental, o de geração de energia e o de justiça.
“É fabuloso ter energia eólica e hidrelétrica ao mesmo tempo. E o PAC é um mecanismo que senta todo mundo para viabilizar o projeto”, afirmou o presidente.
Segundo a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), do MME, é uma política de investimento acertada do governo e protege a economia nacional, ao estipular como regra de acesso a linhas de financiamento, que 60% dos equipamentos sejam de conteúdo nacional.
Elbia avalia os ventos brasileiros como bastante produtivos, pois não é necessário investir em tecnologias mais caras. Segundo ela, os ventos do Brasil são constantes e comportados. Isso quer dizer que um mesmo gerador instalado na Alemanha rende 30%, enquanto que no Brasil rende 50%,
“O que faz reduzir bastante os preços”, afirma Elbia.
A empresa argentina IMPSA, dedicada a soluções integradas para geração de energia elétrica, está no Brasil há 10 anos, e o seu vice-presidente, Jose Luis Menghini, reconhece o potencial brasileiro de instalação de energia elétrica, tendo o País como o principal parque de operações da empresa.
“O Brasil possui matrizes de energias renováveis muito importantes, tanto hídrica quanto eólica”, afirmou Menghini
Além das privilegiadas potencialidades energéticas, Menghini ressaltou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento, na figura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao considerá-lo um vetor que potencializa os investimentos.
“O BNDES é um poderoso instrumento brasileiro”, afirmou Menghini.
A posição da IMPSA corrobora a declaração da Conferência da Organização das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), sobre o Brasil ter sido, em 2014, o quinto maior destino de investimentos estrangeiros diretos, superando todos os países da Europa.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Portal Brasil