A deterioração da atividade econômica brasileira, resultado direto da inércia do desgoverno de Jair Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, continuará a produzir desemprego e aumento da pobreza em 2022. Nesta terça-feira (11), relatório do Banco Mundial cortou a estimativa de crescimento do Brasil de 2,5%, feita em junho de 2021, para 1,4%. É a menor taxa em um ranking de 18 países. Entre um conjunto de 28 economias da América Latina e do Caribe, o país deve superar apenas o Haiti, cuja projeção de atividade é de estagnação.
“A economia brasileira deve desacelerar para 1.4% em 2022 – graças ao fraco sentimento dos investidores, à erosão do poder de compra em decorrência da alta inflação, às restrições da política macroeconômica, à redução da demanda pela China, e à queda nos preços do minério de ferro – antes de alcançar 2.7% em 2023”, destaca o documento Perspectivas Econômicas Globais – América Latina e Caribe, divulgado pelo Banco Mundial.
Se confirmadas as projeções do Banco Mundial, o Brasil estará em uma situação menos catastrófica do que indicam estimativas do mercado financeiro e do próprio Banco Central. O Boletim Focus, por exemplo, aponta um crescimento do PIB de apenas 0,28% neste ano. Já o BC prevê 1% de crescimento.
O Banco Mundial aponta ainda para um crescimento dos emergentes em torno de 4,6%, apesar do cenário de desaceleração da economia mundial. “Após uma forte recuperação em 2021, a economia global está entrando em uma forte desaceleração em meio a novas ameaças de variantes de covid-19 e aumento da inflação, da dívida e da desigualdade de renda, que podem colocar em risco a recuperação das economias emergentes e em desenvolvimento”, observa o relatório.
“A economia mundial está enfrentando simultaneamente a Covid-19, a inflação e as incertezas políticas, com gastos públicos e políticas monetárias em território ainda desconhecido”, declarou o presidente da instituição, David Malpass. “O aumento da desigualdade e os desafios relacionados à segurança são especialmente prejudiciais para os países em desenvolvimento”.
América Latina e Caribe
Do mesmo modo, o Banco Mundial estima que a região da América Latina e do Caribe deve acompanhar a desaceleração mundial da atividade econômica em 2022. A projeção, de 6,7% em 2021, despencou para 2,6% neste ano. Os fatores, segundo a instituição, são “restrições nas políticas monetária e fiscal, lenta melhoria nas condições do mercado de trabalho, e condições externas menos favoráveis”.
Os indicadores de emprego, que constam de uma pesquisa feita em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelam que, apesar de sinais de melhora, houve considerável deterioração na qualidade das vagas, sintoma do aumento da informalidade em países como o Brasil.
“A taxa de ocupação regional está 11 pontos abaixo do período pré-pandêmico, mas alguns países se recuperaram totalmente, como Guatemala, Nicarágua e El Salvador”, informa comunicado das Nações Unidas. “México e Bolívia então em vias de recuperação, mas a situação permanece difícil no Brasil, na Colômbia e no Equador, cujas taxas de ocupação estão muito abaixo da fase anterior à pandemia”, observa o documento.
Da Redação, com Banco Mundial