Um dia de luta em defesa dos direitos e contra o desmonte da Previdência, proposto pelo governo golpista de Michel Temer. Assim pode ser descrita a manhã do dia 15 de março em Brasília (DF).
Para parlamentares e líderes de movimentos sociais, o ato desta quarta-feira foi o pontapé inicial da grande resistência ao desmonte de direitos.
“O ato de hoje é apenas o início da grande mobilização que o Brasil precisa para barrar a reforma da Previdência e construir a democracia. O dia 15 acendeu a chama da construção contra esse governo golpista, ilegítimo e corrupto, que tem que ser varrido do Palácio do Planalto e da política brasileira”, afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alexandre Conceição.
Às 8h30, os manifestantes concentrados em frente à Catedral de Brasília saíram rumo ao Esplanada dos Ministérios, onde se somaram aos mais de 1,5 mil militantes que, na madrugada desta quarta-feira, ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda.
“Ocupamos o Ministério da Fazenda porque é aqui que os golpistas pensam a maldade contra os trabalhadores”, explicou Conceição.
No começo da tarde, o ato já totalizava quase 10 mil pessoas que, juntos, defendiam o direito de aposentadoria do povo brasileiro.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) fez questão de acompanhar todo o ato ao lado dos manifestantes e afirmou que o dia 15 entra para a história do Brasil como o dia em que os trabalhadores e as trabalhadoras do País resolveram dizer “chega” a esse governo “golpista, entreguista, que quer destruir os nossos direitos”.
“A classe trabalhadora não vai aceitar que a Previdência seja destruída por uma quadrilha de criminosos, que tomou de assalto o Palácio do Planalto”, enfatizou Pimenta.
Presente ao ato em frente ao Ministério da Fazenda, a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), ressaltou que a bancada de oposição será a voz dos movimentos sociais no Congresso Nacional.
“Precisamos fazer resistência, oposição, não deixar tirar os nossos direitos. Esses direitos foram conquistados nas ruas e por vocês. Nós queremos um País para todos e não só para a elite. Aquele Congresso precisa ver o povo nas ruas, que os brasileiros não querem essa reforma”, afirmou.
Nas ruas contra o desmonte
Em cima do carro do som, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, garantiu que a mobilização e a luta contra os desmontes de direitos não ficará restrito ao dia 15 de março.
“Nos próximos dias, vamos estar nas ruas, conversando com a população, para que o povo entenda o que são essas propostas de reforma da Previdência e Trabalhista, que é contra os trabalhadores”.
Na mesma linha, o deputado Paulo Pimenta completou: “A mobilização começar hoje e só para quando derrotarmos o desmonte da Previdência”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que as manifestações do dia 15 são registradas por todo Brasil e influenciam de forma decisiva no voto de cada deputado e senador.
“Há varias cidades onde tivemos paralisações importantes em rejeição a esta proposta de reforma da Previdência. E se a gente ampliar essa mobilização ate o dia da votação na Câmara, essa reforma não ira passar. Mas isso, só com a luta dos trabalhadores”, acrescentou.
A deputada federal pelo PCdoB do Rio de Janeiro, Jandira Feghali, ressaltou que o local escolhido para o ato em Brasília, o Ministério da Fazendo, foi bem propício, pois “a reforma da Previdência está sendo decidida neste prédio”. “Nestes corredores, em salas fechadas, na calada da noite, eles planejam as maldades e as crueldades com o povo brasileiro”.
Para Paulo Pimenta, não basta fazer uma outra emenda à proposta, é preciso barrar e derrotar o desmonte da Previdência.
“E não só derrotar essa reforma, temos que derrotar os golpistas. Nós queremos a democracia de volta. E nós só vamos conquistar isso com luta, com mobilização e com coragem”, finalizou o deputado petista.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias