Milhares de mulheres de todos os estados do Brasil estão a caminho de Brasília para participar, nesta quarta-feira (18), da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver.
O ato espera reunir cerca de 20 mil pessoas na luta pela igualdade de direitos, por um país mais justo e democrático e pela defesa de um novo modelo de desenvolvimento baseado na valorização dos saberes e da cultura afro brasileira. A marcha acontece no âmbito da Década Internacional dos Afrodescendentes 2015-2024 e do mês da Consciência Negra.
O ponto de partida será o Ginásio Nilson Nelson, com percurso até o Congresso Nacional, a partir das 8h30. Além da marcha, haverá oficinas, apresentações musicais e feira de afro empreendedorismo.
Haverá, ainda, uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff, que receberá um grupo de representantes de diversas organizações e movimentos sociais. Na ocasião, as mulheres entregarão um manifesto que cobrará do Estado Brasileiro, entre outras pautas, medidas emergenciais para reduzir a mortalidade feminina.
A pesquisa Mapa da Violência 2015, divulgada na última semana, aponta um aumento de 54% em dez anos no número de homicídios de mulheres negras. Além disso, a diretora executiva da Onu Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka reconhecida internacionalmente por ter atuado na luta contra o apartheid e pelo fim do racismo na África do Sul participará de uma reunião com as mulheres negras brasileiras.
A marcha é uma iniciativa de diversas organizações e coletivos do Movimento de Mulheres Negras e do Movimento Negro, além de contar com o apoio de importantes intelectuais, artistas, ativistas, gestores e gestoras, comunicadores e comunicadoras e referências das mais diversas áreas no Brasil, América Latina e África.
Estarão presentes trabalhadoras rurais, catadoras de material reciclável, pescadoras, marisqueiras, quilombolas, estudantes, mestres e mestras da cultura tradicional, empreendedoras, yalorixás, entre outras mulheres negras dos diversos setores da sociedade.
A proposta da Marcha surgiu durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI, realizado em 2011, em Salvador, capital do estado da Bahia. A partir de então, mulheres negras e do movimento social de mulheres negras atenderam ao chamado e deram início as mobilizações para a Marcha.
De 2011 até agora, foram realizadas diversas ações entre debates, oficinas, passeatas, eventos formativos, articulações em âmbito local, regional, nacional e internacional.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da assessoria