A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, presidida por Vicente Cândido (PT-SP), instalou, nesta quarta-feira (18), uma subcomissão especial para acompanhar os desdobramentos das denúncias de evasão fiscal envolvendo HSBC em Genebra, Suíça.
A proposta de criar a subcomissão partiu do deputado Toninho Wandscheer (PT-PR). O objetivo do colegiado é propor legislação que possibilite a recuperação de ativos originários e produtos de crimes, encontrados no exterior, de forma eficiente e célere.
“Vamos colaborar de uma forma efetiva na busca de informações que permitam saber quem tem dinheiro lá fora, que caminhos esse dinheiro percorreu para sair do País e qual a origem desses valores. Isso porque pode ser dinheiro de propina, pode ser dinheiro do tráfico de drogas, de roubo, de todas as contravenções possíveis”, explicou Toninho.
O deputado também falou que a subcomissão se empenhará em desvendar os mecanismos utilizados pelo HSBC para esconder em contas secretas dinheiro de fontes questionáveis.
“O banco também cometeu crime. Então, é preciso achar uma forma de punir o banco. Temos que ter isso como uma meta: provar que o banco também foi conivente com tudo o que aconteceu”, completou.
Entenda o caso – No início de fevereiro, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), divulgou o projeto SwissLeaks, por meio do qual foram expostos quase 60 mil arquivos com detalhes sobre mais de 100 mil correntistas do HSBC e suas movimentações bancárias, entre 1988 e 2007.
As contas bancárias reveladas somam mais de US$ 100 bilhões depositados em filiais do banco por correntistas ao redor do mundo.
À época, os dados sobre as correntes foram vazados pelo ex-funcionário do banco Herve Falciani. As informações foram entregues por ele a autoridades francesas, em 2008. Com o projeto SwissLeaks, mais de 140 jornalistas em 45 países investigam os nomes envolvidos no caso.
Até o momento, foram descobertas contas secretas, no HSBC da Suíça, de 6,6 mil brasileiros. Estima-se que os depósitos de correntistas brasileiros no paraíso fiscal possa chegar a US$ 7 bilhões.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara