O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a denunciar, na noite desta quinta-feira (10), a perseguição midiática e jurista que vem sofrendo. A afirmação foi feita durante o lançamento da campanha “Um Brasil justo pra todos e pra Lula”, em evento realizado na Casa de Portugal, em São Paulo. O movimento busca defender a liberdade, os direitos e a cidadania de todos os brasileiros.
Na avaliação de Lula, há um “pacto quase diabólico” feito pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pela mídia e também pelo juiz Sérgio Moro com o objeto destruir sua reputação e o projeto de país implementado pelas gestões petistas nos últimos anos. No entanto, o ex-presidente afirma que “mexeram com a pessoa errada”.
“Eu penso que eles cometeram um pequeno erro. É que eles mexeram com a pessoa errada. Eu não tenho nenhuma preocupação de prestar contas à Justiça brasileira. O que eu tenho preocupação é quando eu vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo”, afirmou.
“Se eu disser a eles a convicção que tenho deles, vai ficar ruim. (…) Eu não tenho que provar minha inocência, eles é que têm que provar a inocência deles na acusação que fizeram”, cobrou o ex-presidente.
Durante o encontro, Lula resumiu o ato em apenas uma palavra: democracia. “Sou só mais um que se levanta em defesa da democracia e contra a repressão da luta popular”, acrescentou. Ele ainda garantiu que vai lutar até o fim para comprovar sua inocência.
“Tenho muita clareza que não cometi nenhum crime ou irregularidade antes, durante ou depois de ser presidente da República. (…) Vocês estão acusando uma pessoa honesta que vai lutar. (…) Quantos políticos aguentariam 13 horas (de noticiário negativo) no Jornal Nacional? Isso são mais de 30 dias de novela”, disse.
Estiveram presentes militantes, artistas, intelectuais, lideranças de movimentos sociais, representantes de partidos do campo progressista, parlamentares do Partido dos Trabalhadores, além do presidente nacional do partido, Rui Falcão.
Sou só mais um que se levanta em defesa da democracia e contra a repressão da luta popular
Em vários momentos, o ex-presidente Lula exaltou a importância da democracia, mas ressaltou que o Brasil vive um momento de “perigoso regresso”.
“Foi só pela democracia que um índio cocaleiro se tornou presidente da Bolívia, que um metalúrgico e uma ex-guerrilheira se tornaram presidentes do Brasil. Sempre que a classe popular chega ao poder, tentam tirá-la de lá utilizando a bandeira da corrupção. Mas comigo não vão conseguir, eu vou lutar até o fim”, afirmou.
Entre os apoiadores do ex-presidente, estavam os senadores Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-CE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Enio Verri (PT-PR), Nilto Tatto (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Afonso Florence (PT-BA),Vagner Freitas, presidente da CUT, entre outros.
Para a senadora Fátima Bezerra, o evento foi um “ato importante em defesa da democracia, em defesa do presidente Lula, por tudo que o presidente Lula vem enfrentando, essa perseguição, uma campanha caluniosa, que tem como objetivo atacar, desqualificar a liderança popular mais importante desse país”. “Atacar aquele que foi presidente da república por dois mandatos e passou para história como o melhor e mais competente presidente que esse país já teve”.
O senador Humberto Costa disse que a campanha representa um “dever cívico, que é denunciar ao Brasil a perseguição que está sendo desenvolvida por setores do Ministério Público, da Polícia Federal e pelo juiz Sérgio Moro contra o presidente Lula”
Para o líder do PT no Senado, existe “uma série de ilações, uma série de notícias sem base verdadeira, e o cerceamento integral do direito de defesa do presidente”. “Mas todos nós temos absoluta convicção de que denunciar esta situação vai contribuir fortemente para que a verdade se estabeleça e nós tenhamos esse processo de perseguição contra Lula cessado”.
Vagner Freitas, presidente da CUT, avaliou que “o Brasil vive um estado de exceção”. “É a perseguição ao presidente Lula, a perseguição aos movimentos sociais, a invasão de escola Florestan Fernandes do MST, a violência contra os meninos e meninas que fazem as atividades nas escolas”.
“O golpe trouxe para o Brasil o estado de exceção, e para o golpe ficar completo, não basta tirar a Dilma, tem que prender o Lula e calar os movimentos sociais”, concluiu.
Para Guilherme Boulos, do MTST, que também estava presente, a importância do ato é deixar claro que tem reação às arbitrariedades, às investigações que acabam se transformando em linchamento, em presunção de culpa”. “Essa reação se organiza em relação, é claro, ao Lula, da forma como tem sido covardemente atacado, mas uma reação também a toda a criminalização, ao ataque a direito, aos movimentos sociais e ao povo brasileiro”.
Lindbergh Farias disse que “a perseguição ao presidente Lula é muito injusta, é uma caçada, como se tivessem condenado ele sem prova alguma. Nós temos um ataque violentíssimo a democracia”. “Não foi só o afastamento da presidenta Dilma, é um golpe continuado”.
Para o senador pelo PT-RJ, “querem impedir Lula de ser candidato em 2018, querem atingir Lula por tudo que ele representa: a inclusão social, a distribuição de renda, o investimento em educação”. “Vamos viver um período de profunda retirada de direito dos trabalhadores e o ataque a Lula é um ataque a democracia brasileira”.
“Hoje apoiar o Lula é apoiar a democracia”, avaliou a deputada Jandira Feghali. “Essa perseguição política que é feita a ele e a todos que se organizam e lutam por direitos, hoje apoiar a Lula significa mobilizar o Brasil para que a gente possa com o tempo superar essa onda conservadora e fascista que estamos vendo por aqui. Viva a democracia, viva Lula.
“é um ato pela democracia, pelo estado democrático de direito, pelo meu direito, pelo direito do povo, pelo seu direito. É por isso que lutamos no país. Ninguém está aqui para fugir de qualquer responsabilidade ou de responder qualquer processo, mas tudo tem que ser dentro das normas e dentro da Lei”, disse a senadora Gleisi Hoffmann.
A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo Dilma, Eleonora Menicucci, também esteve presente e afirmou: “esse evento é fundamental porque, politicamente, é necessário que nós mostremos pra sociedade quem somos, o que queremos, que nós somos contra o golpe e não aceitamos a premissa de que o impeachment foi contra a corrupção se concretize, porque é uma premissa seletiva, só para nós do Partido dos Trabalhadores”.
“E em termos do que representa isso para o Lula, é fundamental mostrar que ele não está sozinho, que ele tem apoio, que a sociedade brasileira está com ele”, acrescentou.
Campanha Um Brasil Justo
Durante o evento de lançamento, foi anunciada a criação de um site e redes sociais específicas para agrupar informações sobre a campanha e o manifesto “Em defesa da democracia, do estado de direito e do ex-presidente Lula”, com mais de 600 assinaturas de artistas e intelectuais, além de lideranças políticas, com nomes como Chico Buarque, Paulo Betti, Fernanda Takai, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Fernando Morais, Raduan Nassar, Antonio Cândido, Dalmo Dallari, Celso Bandeira de Mello, Rui Falcão, Sebastião Salgado, Beth Carvalho, Daniel Filho, Gilberto Gil, entre outros.
A campanha prevê eventos e manifestações, em todo o Brasil e no exterior, contra as perseguições ao ex-presidente e em defesa da democracia. No ato, foi lido manifesto que denuncia arbitrariedades cometidas por setores do Judiciário que se utilizam do combate à corrupção como pretexto para perseguição política. Também serão colhidas assinaturas em apoio ao documento.
Acesse a página Um Brasil justo pra todos e pra Lula, visite o site e assine o manifesto: http://brasiljustopratodos.com.br
Assista ao ato na íntegra:
Da Redação da Agência PT de notícias