As pesquisas sobre as eleições para presidente da República em 2018 colocam o ex-presidente Lula novamente na dianteira, despontando como franco favorito. Aí reside o temor maior de amplos setores da mídia e do aparato de estado, que não engolem o favoritismo do metalúrgico.
Enquanto o governo do usurpador Michel Temer patina, apesar do apoio amigo da mídia monopolizada, mais e mais brasileiras e brasileiros compreendem o caráter antinacional e antipopular da malfadada “Ponte para o Futuro”. E como as perspectivas de futuro desse governo são pífias, os seus parceiros de ocasião, liderados pelo PSDB e seus satélites, tendem a abandonar o barco para não morrerem abraçados.
E quando vier a baila a malfadada reforma da Previdência, elevando a idade mínima para 65 ou 70 anos, a coisa efetivamente vai pegar. Recente pesquisa Vox Populi encomendada pela Central Única dos Trabalhadores, a CUT, demonstra que essa proposta tem a desaprovação de 80% da população. Como essa proposta compõe a espinha dorsal do projeto por trás do golpe contra o governo legitimamente eleito da presidenta Dilma, seu fiasco fará com que os setores rentistas e do mercado financeiro comecem a contestar o governo.
Contando com uma base por demais heterogênea no Congresso Nacional, — o mais conservador da história republicana brasileira –, uma proposta com esse altíssimo risco social terá imensas dificuldades para tramitar. Especialmente porque em 2018 será renovada toda a Câmara dos Deputados e dois terços do Senado Federal. O “senso” de sobrevivência dos parlamentares falará cada vez mais alto.
Esse elenco de dificuldades para o governo golpista, sem dúvida nenhuma, fortalecerá uma alternativa política que se contraponha à sua pauta regressiva.
Vítima da mais insidiosa campanha de difamação a que uma força política jamais foi submetida no país, o Partido dos Trabalhadores acaba de sofrer um importante revés nas eleições municipais de 2016. Destaca-se que as dificuldades da política econômica levadas a cabo no governo Dilma também contribuíram para a imagem e as candidaturas do partido encontrarem um terreno extremamente minado.
É visível a falência do atual sistema eleitoral, cujo epicentro foi as doações privadas das campanhas eleitorais e que, graças as pressões das forças políticas e entidades da sociedade civil, foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal.
Sendo assim, urge a realização de uma ampla reforma política que contemple: o Fim das coligações nas eleições proporcionais; a instituição de uma cláusula mínima de desempenho; o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e a implementação do voto em lista fechada para deputados federais, estaduais e vereadores, bem como o princípio da federação de partidos que tenham identidade programática e de propósitos.
Esse conjunto de proposições e o cerco imposto às forças progressistas levarão inevitavelmente à unificação das forças políticas e movimentos em uma ampla Frente que contemple em seu interior não só os partidos progressistas, mais sim uma gama de entidades e agentes políticos sem vinculação partidária.
A liderança inconteste desse importante segmento do povo brasileiro é Luiz Inácio Lula da Silva. Não à toa a implacável perseguição da qual é vítima diuturnamente.
Entendo que para a construção dessa Frente cujo embrião foi a constituição da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo é necessária uma grande unidade do Partido dos Trabalhadores. Qualquer solução individualista ou que vise à lógica do “grupismo” no interior do partido tende não só a enfraquecer a força política principal do campo da esquerda brasileira, como ainda dar azo aos desejos dos nossos adversários de nos destruir e nos afastar completamente do panorama político brasileiro.
Alberto Cantalice é vice-presidente e Secretário Nacional de Comunicação do Partido dos Trabalhadores