Novas mensagens de áudio que constam do telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso pela Polícia Federal, revelam planos de mobilização de 1.500 militares para executar um golpe de Estado no país, além do envolvimento do coronel do Exército, Élcio Franco.
A CNN teve acesso aos novos áudios que comprometem ainda mais o entorno e a própria participação do ex-presidente no planejamento de um golpe, suspeita essa que já vem sendo aventada desde a divulgação dos primeiros áudios do celular de Mauro Cid.
Nos novos áudios, o coronel Élcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde durante a gestão de Pazuello, e depois assessor de Braga Neto na Casa Civil, mantém diálogos com o ex-major Ailton Barros, amigo e um dos homens de confiança de Jair Bolsonaro, preso pela PF acusado de participação no escândalo da falsificação de cartões de vacina de Covid-19.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, alerta em sua conta no Twitter para o envolvimento direto do ajudante de ordens, oficiais, do próprio Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, de senador da República e de amigo do ex-presidente em uma trama golpista sórdida, que culminou na própria tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.
Tais fatos levantam suspeitas mais do que fundamentadas de que o ex-presidente e beneficiário do golpe teria conhecimento e participação nos atentados contra a democracia no país.
Nesses novos diálogos apurados pela PF fica evidente que o ex-major Ailton Barros e seu bando golpista chegaram a pensar até mesmo em passar por cima da autoridade do então comandante do Exército, general Freire Gomes, para colocar em prática o golpe militar com utilização do Batalhão de Operações Especiais do Exército.
Em uma das conversas, o coronel Élcio Franco alega que o general Freire Gomes estaria temoroso de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe contra as instituições democráticas.
Nessas mensagens, o ex-major Ailton chega a afirmar ao coronel Élcio que seria preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a aderir ao golpe e prender o ministro Alexandre de Moraes.
“Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens”, chega a propor o ex-major golpista.
Da Redação, com CNN