Partido dos Trabalhadores

Carlos Bolsonaro empregou funcionária fantasma em seu gabinete

Filho de Jair Bolsonaro, Carlos é mais um da família envolvido em escândalos sobre a contratação de funcionários para atividades parlamentares

Divulgação

Carlos e Jair Bolsonaro

Filho de Jair Bolsonaro (PSL), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) empregou uma funcionária fantasma. Nadir Barbosa Goes, de 70 anos, recebia R$ 4.271 mensais e nega ter trabalhado para ele. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo nesta sexta-feira (26).

Nadir está entre os nove funcionários demitidos no início deste ano. Ela é irmã do militar Edir Barbosa Goes, de 71 anos, que continua trabalhando no gabinete de Carlos. Já a esposa dele, Neula de Carvalho Goes, de 66 anos, também foi demitida em janeiro, quando o vereador fez uma limpeza em seu gabinete após a posse do pai.

Ainda de acordo com a reportagem, Nadir vive no município de Magé a 50km do gabinete.

Os assessores comissionados têm carga horária de seis horas por dia e não precisam necessariamente ser cumpridas na Câmara Municipal do Rio. No entanto, o chefe do gabinete de Carlos alegou que Nadir trabalhavam em contato com a base eleitoral do município de Campo Grande, ainda mais distante de onde mora a ex-funcionária. De lá para Magé são 63km. Isso significa que a idosa precisaria percorrer quase 130km todos os dias para chegar ao trabalho.

A Folha também relata que a reportagem foi até a casa de Edir e Neula, numa segunda-feira às 13h e encontrou ele, que continua lotado no gabinete de Carlos, em casa, vestindo short e camisa da seleção brasileira. O assessor ficou irritado e se negou a responder as perguntas do jornal.

Edir recebe R$7.386 mensais da verba parlamentar de Carlos Bolsonaro. E sua mulher, até ser exonerada, recebia R$3.461. O casal vive no bairro de Santa Cruz, extremo oeste da capital carioca.

Família Bolsonaro tem histórico de irregularidades

Essa não foi a primeira vez em que a família Bolsonaro levantou suspeitas sobre a contratação de funcionários em suas atividades parlamentares.

Em dezembro, a Folha revelou que a personal trainer Nathália Queiroz tinha sido empregada no gabinete de Jair, quando ele era deputado federal, mas trabalhava em academias do Rio de Janeiro.

Ela é filha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que é investigado pelo Ministério Público por movimentações financeiras atípicas entre que somam R$1,2 milhão.

Uma dessas transações envolve a primeira dama, Michelle, que recebeu de Queiroz um depósito de R$24 mil. À época em que o caso foi divulgado, Jair afirmou que o valor seria para ele e foi debitado na conta de sua esposa porque ele estaria impossibilitado de sair de casa por questões de saúde. Na mesma semana, ele foi visto indo ao banco três vezes.

Fabrício Queiroz também é investigado por receber transferências de parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro. O caso envolve pelo menos dez funcionários incluindo a mulher e a mãe do ex-policial militar Adriano Nóbrega, que é apontado como chefe de milícia e está foragido.

Na família Bolsonaro, os escândalos em contratações de funcionários não param nos filhos. Em agosto do ano passado, a Folha de S. Paulo também mostrou que Jair, até então deputado federal, usava dinheiro da Câmara para pagar o salário de Walderice Conceição, que, em horário de expediente, vendia açaí na praia em uma barraca que leva o seu nome “Wal Açaí”.

Ela esteve na lista de funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro entre 2003 e 2018 recebendo um salário bruto de R$1.416,33.

Da Redação  da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo