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Carne engorda o agronegócio e a balança comercial e some do prato dos pobres

Verdadeiro mercado para o produto, 70% da proteína animal produzida no país é consumida no mercado interno. Em resumo, sem renda, o brasileiro esta retornando aos tempos pré-governos Lula em que comer carne era um luxo da classe média e dos ricos, sobrando pé-de-frango aos pobres

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O dilema do mercado da carne

Arroba bovina supera R$ 300 e tem novo recorde, mas desempenho interno da carne preocupa, informou matéria da Reuters, nesta quinta-feira, 4. A chamada aponta a contradição da atual e desastrada política econômica, onde apenas o agronegócio e os bancos ganham. Ao povo, sem emprego ou auxílio emergencial, resta abandonar definitivamente o consumo de carne. As consequências, no entanto, acabam afetando toda a economia e os verdadeiros interesses do país.

“O preço da carne descolou do boi”, disse a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, citada pela matéria da Reuters. Segundo ela, por um lado os frigoríficos conseguem remunerações elevadas com compradores internacionais, impulsionadas pelo câmbio. De outro, o enfraquecimento do poder de compra da população em meio à pandemia e o fim do auxílio emergencial travam o avanço das cotações da proteína.

A ganância pelo lucro de exportadores e a fome do governo por dólares na balança comercial esbarram na realidade do país. Verdadeiro mercado para o produto, 70% da proteína animal produzida no país é consumida no mercado interno. Em resumo, sem renda, o brasileiro está retornando aos tempos pré-governos Lula em que comer carne era um luxo da classe média e dos ricos, sobrando pé-de-frango aos pobres.

Enquanto o preço sobe no mercado externo, o poder de compra interno é cada vez menor. Na contramão do desastre atual, durante os primeiros sete anos do governo Lula, segundo registrou o jornal Estadão, o consumo de carne teve alta de R$ 500 bi. O consumo das famílias saiu de R$ 1,47 trilhão em 2002 para R$ 1,97 trilhão no ano passado (2010), apontou o jornal. O cálculo foi feito pela MB Associados com base nos dados divulgados à época pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O que assombra muito é o mercado interno”, destaca o diretor da especializada Scott Consultoria, também ouvida pela Reuters. De acordo com o consultor, “para a economia voltar à atividade precisaríamos ter resolvido o problema da pandemia, ter a vacina (para todos), e estamos patinando nessa questão… o desemprego ainda atrapalha mais”. A expectativa das exportações para este ano é de que o recorde de 2 milhões de toneladas em 2020 seja superado, com 2,14 milhões de toneladas, alimentado pelo mercado chinês.

Da Redação