Chico Buarque e Gilberto Gil fecharam a noite do Festival Lula Livre, neste sábado (28), no Rio de Janeiro. Os artistas cantaram a famosa canção Cálice quarenta e cinco anos depois do histórico show Phono 73, quando foram censurados pela Ditadura, e pediram a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A canção emblemática que retrata o silenciamento, a censura, as torturas, desaparecimentos e mortes ocorridas durante os anos de chumbo no Brasil. Os artistas foram massivamente acompanhados pelo público, que gritava “Cale-se!” entre os versos da música.
Chico gritou “Lula Livre” enquanto Gil disse ao público que o ex-presidente agradece pela grande manifestação que reuniu mais de 80 mil pessoas nos Arcos da Lapa, para uma série de shows gratuitos e ações culturais promovidas por artistas, intelectuais, músicos, poetas, atores, cineastas, artesãos e dançarinos.
Na sequência, Chico Buarque cantou “As Caravanas”, que demonstra com ironia a aversão das classes abastadas em relação ao povo. Gil emendou com “Aquele Abraço”, considerada um hino da cidade. Beth Carvalho, que já havia se apresentado, subiu ao palco cantando o jingle composto especialmente para o festival, formando um trio com Chico e Gil.
Ao longo do dia, outras dezenas de artistas brasileiros e latino-americanos fizeram manifestações no palco do Festival pela liberdade de Lula e pelo direito do ex-presidente, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, concorrer nas eleições de outubro. O lema “Lula Livre” ecoou em várias línguas entre as mais de 80 mil pessoas que chegaram cedo aos Arcos da Lapa, no centro da cidade.
Além de gritarem “Lula Livre” com o povo, também foi lembrado o episódio recente e trágico do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) em março, crime que até hoje não foi solucionado pela polícia e pelas autoridades estaduais e federais.
Por Brasil de Fato