A grande imprensa até que se esforçou para tentar convencer o povo brasileiro de que a taxa de desemprego caiu no trimestre encerrado em junho. Entretanto, uma análise mais cautelosa dos dados da última Pnad Contínua do IBGE, divulgados na última terça-feira (31), revelam o total fracasso econômico do governo golpista de Michel Temer na retomada do crescimento e na geração de empregos.
De acordo com os dados, o desemprego teve uma pequena queda, atingindo uma taxa de 12,4% e ainda assola 13 milhões de brasileiros. Sobre os números é preciso ponderar que a metodologia do IBGE considera desempregado apenas aquelas pessoas que estão em busca de emprego.
Então, essa tímida melhora se deve basicamente à geração de postos informais de trabalho, como explicita a própria pesquisa, e aos brasileiros e brasileiras que desistiram de procurar emprego. Não à toa, o total de pessoas que nem trabalham nem procuram vagas de empregos atingiu 65,6 milhões, o maior número já registrado na história, com um aumento de 1,2% em 3 meses ou de 774 mil pessoas.
Por isso, uma das características mais perversas do legado do governo ilegítimo de Temer para o país é uma realidade em que os brasileiros e as brasileiras deixaram de sonhar e de acreditar que é possível encontrar um emprego digno. Os desmandos e retrocessos do governo Temer são tantos que a desilusão e o pessimismo já atingem uma massa de pessoas que correspondem ao tamanho da toda a população da Argentina, do Chile e do Uruguai somadas.
Ademais, a persevera reforma trabalhista de Temer e a lei das terceirizações irrestritas, que enfraqueceram sindicatos e que colocaram os trabalhadores de joelhos para os interesses dos patrões, estão na raiz do aumento da informalidade. Com Temer, os trabalhadores e as trabalhistas tiveram que se submeter a qualquer relação de trabalho para não passarem fome. Não é preciso lembrar que, em abril, esse mesmo IBGE apontou que 1,5 milhão brasileiros caíram na miséria no último ano.
Neste cenário, não é de se estranhar que o povo sinta falta de um passado recente em que aprendeu a ter autoestima e a caminhar de cabeça erguida pelas ruas deste país. O tempo de um governo legítimo e eleito que combinou de forma inédita democracia, participação popular, inclusão social, distribuição de renda, aumento das oportunidades para todos e redução das desigualdades.
Falamos de um período histórico em que os mais pobres foram, de fato, incluídos no orçamento e puderam participar do processo de crescimento econômico do país. Nos governos do PT, o salário mínimo cresceu 77% em termos reais e foram gerados 23 milhões de empregos formais. Além disso, a renda dos 20% da população mais pobre cresceu 84%. Ademais, 36 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema e outros 42 milhões ascenderam socialmente. Considerando o conceito de pobreza do Banco Mundial, nos nossos governos, a redução da pobreza extrema foi de 9,3% da população para apenas 1%.
Além disso, o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU/FAO, com uma queda de 82% da população subalimentada, entre 2002 e 2014. A mortalidade infantil caiu à metade, de 23,4 para 12,9 por mil nascidos vivos e o trabalho infantil entre os pobres e extremamente pobres caiu 84%, de 2004 a 2015, sendo que, em números absolutos, declinou de 2,4 milhões para 390 mil.
É desse Brasil que o povo sente saudades. Por essa razão, Lula lidera todas as pesquisas presidências, em todos os cenários, de todos os institutos de pesquisas e, agora, aparece com possibilidades reais de vitória já em primeiro turno, mesmo que preso por uma condenação política, injusta e arbitrária.
Não podemos deixar que o condomínio golpista do ilegítimo Temer, do presidiário Eduardo Cunha e dos tucanos Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin impeçam a candidatura de Lula, com as bênçãos da mídia parcial e do judiciário partidarizado. É com Lula que o Brasil será feliz de novo e é Lula quem resgatará a esperança dessa multidão de brasileiros e de brasileiras desiludidos.
Chico Vigilante Lula da Silva é deputado distrital pelo PT- DF