Bastaram oito meses de governo ilegítimo para que o Brasil, após 13 anos de crescimento econômico e avanços sociais, retroagisse ao pesadelo nos anos 1990 – quando dois mandatos de governos do PSDB pilharam as estatais e abriram um abismo social sem precedentes na história da República.
Oito meses!
Com o pretexto de um crime de responsabilidade que jamais ocorreu, as forças conservadoras do Congresso Nacional, mancomunadas com a quadrilha chefiada por Michel Temer e Eduardo Cunha, conseguiram depor uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos, um crime de lesa pátria que ainda espera seu tempo de punição. E ela virá.
E para quê? Para entregar as reservas do pré-sal para grupos estrangeiros, acabar com programas sociais, reduzir investimentos em saúde e educação, esmagar trabalhadores e aposentados, congelar os sonhos da nação por 20 anos, via uma proposta de emenda constitucional criminosa.
O governo do golpista Temer não é só ilegítimo, é um deboche permanente contra a democracia e o bom senso. É fruto de um golpe que atingiu as instituições de tal maneira que a própria definição de moral pública está de cabeça para baixo: ninguém sabe mais onde começa ou termina as responsabilidades dos poderes, todo o País imerso em um grau de insegurança jurídica onde a lei é usado para perseguir opositores – um arremedo de ditadura que só poderá ser contida pela força popular.
Foi Temer e seus asseclas, e não o destino, que fizeram de 2016 esse ano terrível, cinzento e triste, como há muito não ocorria na vida de brasileiras e brasileiros.
Por isso, nosso compromisso com 2017 é um só: superar esses maus tempos, restaurar a democracia e, outra vez, fazer do Brasil uma nação respeitada pelo mundo.
Menos do que isso, não aceitaremos.
Chico Vigilante é deputado distrital pelo PT-DF