Durante a II Conferência Nacional da Frente Brasil Popular, neste domingo (10), o líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Federal, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), alertou sobre a necessidade de ampliar a pressão sobre os deputados indecisos e de “denunciar” os parlamentares que já declararam voto favorável à Reforma Previdenciária, que pode ir à votação na Câmara federal no decorrer desta semana.
“É fundamental a pressão na base dos deputados. É preciso pegar o deputado de cada região e cobrar o voto contra a Reforma da Previdência. E temos também aqueles que se manifestam à favor, a gente também deve denunciar desde já”, afirmou Zarattini.
Ao lado do também deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), do presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, e do presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, Zarattini disse que o Governo golpista de Michel Temer está “jogando pesado” para aprovar o texto da Reforma, negociando emendas, cargos e “trabalhando com o fundo partidário e fundo eleitoral”.
“O Governo está fazendo um esforço muito grande para votar e aprovar a Reforma da Previdência. Eles estão jogando pesadíssimo, e o objetivo realmente é aprovar, este ano, pelo menos a primeira votação da Reforma da Previdência”, denunciou o parlamentar.
“Nesse sentido”, continuou Zarattini, “eles estão trabalhando não só com as chamadas emendas e cargos, também estão trabalhando com o fundo partidário e fundo eleitoral. Estão pressionando os deputados para votar a favor da reforma para acessar esse fundo, e vocês sabem da importância dos recursos de campanha”.
De acordo com levantamento feito pelo O Estado de S.Paulo – e mencionado por Zarattini em sua fala -, 217 deputados já declararam votos contrários à Reforma da Previdência até o momento, enquanto que 63 afirmaram ser à favor, 90 dizem estar indecisos e o restante não respondeu ou não foi localizado.
O Governo, no entanto, necessita de 308 votos favoráveis dos 512 deputados, o equivalente a 3/5 do total de parlamentares da Câmara Federal.
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Segundo Zarattini, os golpistas se movimentam para angariar a quantidade de votos necessários e iniciar a apreciação da proposta já nesta quinta-feira (14), com previsão de votar o texto efetivamente na outra terça-feira (19).
“Eles (base aliada de Temer) vão efetivamente fazer a votação se ao longo do processo acreditarem que terão a quantidade de votos suficiente para aprovar.”, disse.
“O cálculo deles é que têm de 240 a 260 deputados firmes com eles nessa questão. Considero fundamental haver essa mobilização a partir dessa semana até o dia 19, para que possamos ter um ‘calor de baixo’ que impeça que eles façam a votação, porque, se eles levarem à votação, é porque chegaram à conclusão de que eles possam ganhar”, acrescentou.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), por sua vez, disse que a proposta de Reforma Previdência é ao mesmo tempo um aceno para os anseios do mercado financeiro e, em contrapartida, um acinte aos direitos da população mais pobre do País.
“O que os golpistas querem neste ano que resta a eles é, primeiro, aprovar a Previdência.”, disse. “É muito importante para o mercado financeiro aprovar uma reforma da previdência que retira direito dos pobres, que tira pobres da previdência”.
“Por isso nós não podemos permitir que na semana que vem eles consigam 308 votos para mudar as regras da Previdência. Temos que fazer uma imensa mobilização contra a possibilidade de eles tirarem os mais pobres da previdência, endurecerem as regras e manterem os privilégios”, afirmou o deputado.
Segundo Teixeira, todo tipo de mobilização será fundamental para a oposição imprimir uma derrota ao governo golpista nesta pauta. “A pressão que eles estão exercendo é uma pressão que envolve todo o tipo de recursos. Será de grande importância (para a população) derrotá-los”.
O deputado denunciou ainda os próximos passos do governo golpista, de desmonte da estrutura estatal e dos direitos dos cidadãos brasileiros. “Depois de aprovar a previdência, os golpistas vão querer aprovar o parlamentarismo. São as duas agendas congressuais deles. Assim como vão tentar também privatizar o setor elétrico, privatizar a Eletrobrás, e continuar o desmonte na Petrobrás”, concluiu Teixeira.
Entre os principais regressos previstos na Reforma da Previdência, estão o aumento da idade limite de aposentadoria de 60 para 65 anos (homem) e de 55 a 62 anos (mulher), o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, o ‘pedágio’ de 30% a mais no tempo de contribuição para os trabalhadores próximos a aposentar, entre outras.
Da Redação da Agência PT de Notícias