Jair Bolsonaro conseguiu. Transformou a Petrobras, oficialmente, na maior distribuidora de dinheiro para ricos. É o que mostra a edição de agosto do Índice Global de Dividendos.
“A Petrobras foi a maior pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre (de 2022)”, afirma o documento, elaborado pela empresa inglesa Janus Henderson Investors.
Em outras palavras, nenhuma outra empresa transferiu tanto dinheiro de seus lucros para os acionistas quanto a Petrobras. E quem são esses acionistas? Na maioria, ricaços estrangeiros, especialmente norte-americanos.
Eles ganham, você perde. E muito
O grande problema é que para eles ganharem tanto — foram US$ 9,7 bilhões entre abril e junho, segundo o relatório —, quem perdeu foi o povo brasileiro.
Primeiro, porque grande parte desse lucro vem do fato de que o governo Bolsonaro manteve os combustíveis dolarizados. Assim, toda vez que você foi roubado na bomba do posto, ajudou a aumentar esse lucro que está fazendo a felicidade dos acionistas.
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Em segundo lugar, a outra parte desse lucro vem da venda de partes da Petrobras, como a BR Distribuidora, refinarias e gasodutos, o que só aumentou a dependência do Brasil de combustível importado e ajudou a manter os preços lá em cima.
Por fim, ao decidir pagar tanto dividendo, a Petrobras diminui os investimentos para que a empresa cresça. Ou seja, o governo Bolsonaro não tem nenhum compromisso em fazer a Petrobras crescer, gerar empregos e ajudar no desenvolvimento tecnológico.
Pelo contrário: o objetivo de Bolsonaro e Paulo Guedes é entregar a empresa praticamente de graça para esses acionistas ricos. Segundo a assessoria jurídica do próprio Ministério da Economia, o plano do governo de privatização da Petrobras parece “doação a sócios privados”. De forma curta e grossa: roubo descarado.
Diante da notícia de que a Petrobras se tornou a maior pagadora de dividendos do mundo, superando gigantes como a Nestlé, a Samsung, a Apple e a Microsoft, a Federação Única dos Petroleiros reagiu.
“Estarrecedor”, diz FUP
“A gestão Bolsonaro transformou a Petrobrás, a maior empresa da América Latina, na maior pagadora de dividendos do mundo, transferindo riqueza do cidadão brasileiro para acionistas, sobretudo para acionistas privados, estrangeiros”, afirmou em nota o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
“É estarrecedor. Tamanha relação entre dividendo/lucro/investimento jamais foi vista. Ao abrir mão de sua capacidade de geração de caixa para distribuir a seus acionistas, a Petrobrás reduz seu capital, seu patrimônio, e diminui sua possibilidade futura de investimento”, completou.
Da Redação