Na mesma semana em que pesquisas apontam para a queda de sua popularidade, Bolsonaro apela para toda sorte de expedientes políticos, incluindo inaugurar obras já em funcionamento e dar títulos de terras, depois de acabar com a política de reforma agrária. Neste sábado, avançou mais uma vez o sinal, usando a estrutura do Estado e dinheiro público para atacar adversários, a CPI da Covid e ameaçar a democracia. “Bolsonaro faz campanha antecipada e ilegal. Isso exige, clama, por auditora do TCU e TSE”, alertou a deputada federal (PR) e presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.
Bolsonaro se deslocou de helicóptero para a Esplanada e, montado a cavalo, se dirigiu ao caminhão, acompanhado dos ministros Braga Netto (Defesa), Tereza Cristina (Agricultura), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Gilson Machado (Turismo). “O momento está maduro. Não desafiamos ninguém, não queremos confronto com ninguém, mas não ousem confrontar ou roubar a liberdade do nosso povo”, ameaçou Bolsonaro falando aos seguidores que pedem “intervenção militar”.
Acossado pela repercussão negativa da sabotagem cada vez mais explícita no combate à pandemia, que resultou na morte de mais de 430 mil mortes, Bolsonaro aposta em radicalizar o país com sugestão de golpe e xingamentos. O resultado, no entanto, não tem surtido efeito, de acordo com pesquisas divulgadas nesta semana pelo Instituto Datafolha. Segundo o instituto, “49% apoiam impeachment de Bolsonaro”, ante 46% que discordam da forma de afastamento. Ao mesmo tempo, sua taxa de aprovação despencou para apenas 24%, a pior desde o início do governo. Para completar, as mesmas pesquisas indicam que, para 58% dos entrevistados, ele não tem capacidade de liderar o Brasil.
Segundo o instituto Datafolha, a taxa de aprovação de Bolsonaro despencou para 24%, enquanto 58% indicam que ele não tem capacidade de liderar o Brasil e 49% apoiam o seu impeachment
Ao mesmo tempo, diante da última pesquisa eleitoral do mesmo Datafolha, que apontou vantagem do ex-presidente Lula, Bolsonaro reativou seu ataque às urnas eletrônicas, sugerindo uma futura “fraude”. “Não é só pesquisa que faz Bolsonaro tremer. Ele tem medo mesmo é de eleições livres, de enfrentar Lula e a vontade popular”, denunciou a a presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR). “Por isso, ameaça não aceitar a voz das urnas. Tem horror à verdade e à democracia, porque são elas que vão derrotá-lo”, desafiou ela.
Da Redação