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Com Lula, Brasil e Colômbia alinham integração estratégica

Em discurso em Bogotá, nesta quarta (17), presidente anuncia iniciativas para incrementar relações com país vizinho, terceira maior economia da América do Sul, e fortalecer parceria “para o futuro da América do Sul”

Ricardo Stuckert

Lula e Petro: "Parceria fundamental para o futuro da América do Sul"

“Minha visita representa a renovação de uma parceria fundamental para o futuro da América do Sul.” Foi dessa maneira que o presidente Lula definiu, em discurso a empresárias e empresários brasileiros e colombianos, nesta quarta-feira (17), o motivo de sua ida a Bogotá, capital da Colômbia. Na visão do governo brasileiro, as relações com o país vizinho evoluíram de maneira satisfatória, desde o início do século 21, havendo, contudo, condições para uma integração estratégica ainda mais ampla, diversificada e sustentável.

A Colômbia detém população de quase 52 milhões de habitantes, que movimentam a quarta economia da América Latina. O comércio bilateral com o Brasil, terceiro maior parceiro comercial dos colombianos, saltou de US$ 847 milhões, em 2003, para US$ 7 bilhões, em 2023. “Muito aquém daquilo que Brasil e Colômbia podem fazer, se nós acreditarmos na liberdade de negociação dos nossos países e dos nossos governos”, defendeu o presidente.

Confira a declaração conjunta entre os presidentes do Brasil e da Colômbia clicando aqui.

O governo federal considera fundamental investir em infraestruturas comuns para fortalecer a integração sul-americana e produzir prosperidade no continente. Uma das modalidades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê rotas multimodais entre Manaus e Manta, no Equador, passando pela Colômbia e pelo Peru. A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB-MS), garantiu que o projeto começa a se tornar realidade em 2025.

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“Um corredor bioceânico multimodal poderia facilmente conectar Belém e Macapá, no Oceano Atlântico, a Puerto Tumaco, no Oceano Pacífico (…) Temos longas distâncias a vencer. Grandes capitais brasileiras, como Manaus e Boa Vista, estão mais próximas de Bogotá do que de São Paulo. O voo direto entre nossas capitais, anunciado hoje, ampliará as opções de conexão e contribuirá para destravar o turismo, os negócios e o intercâmbio acadêmico-estudantil”, detalhou Lula.

Nações amazônicas

A floresta amazônica está contida dentro do território brasileiro, principalmente, mas também no colombiano, em porções menores. Ante o atual contexto das mudanças climáticas, o presidente Lula lembrou da importância do trabalho conjunto entre os dois países para a preservação do meio ambiente e da sustentabilidade como diretriz do desenvolvimento e da cooperação entre eles.

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“A vocação para unir o Caribe, o Pacífico e a Amazônia torna a Colômbia um sócio indispensável. Estamos bem posicionados para fazer frente ao imperativo da transição ecológica e da reindustrialização das nossas economias. A nova política industrial brasileira se propõe a aumentar a complementaridade com os vizinhos e adensar nossas cadeias produtivas. Compartilhamos a maior floresta tropical do mundo, uma reserva de biodiversidade incomparável, fonte de conhecimento e tecnologias valiosas”, ressaltou.

“(…) o presidente Petro afirmou que a América do Sul pode ser a Arábia Saudita da energia limpa. E o presidente Petro tem toda razão: a maior parte do fluxo de investimentos entre nossos países já se concentra no setor energético”, acrescentou.

Produção sul-americana

Das mais de 60 empresas brasileiras que atuam em território colombiano, 20 são de tecnologia da informação e de comunicação. A Petrobras, por sua vez, contribui para o desenvolvimento e para a segurança energética da Colômbia, há quase 50 anos, além de investir em pesquisa de combustíveis de baixo carbono. Para Lula, é imperativo o estabelecimento de parcerias estratégicas com transferência de tecnologia.

“Os ônibus elétricos que circulam em nossas metrópoles poderiam ser produzidos na América do Sul e não em outro lado do mundo. As embarcações para navegação em nossos rios também podem ser manufaturadas dentro de uma cadeia regional de valor. Por isso, precisamos assumir o compromisso de exportar sustentabilidade.”

Da Redação, com Site do Planalto