As vigorosas e bem sucedidas políticas públicas de combate à fome, retomadas pelo presidente Lula há menos de dois anos, têm na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) um de seus principais eixos estruturantes por não só garantir alimento a quem precisa, como também dar a quem os produz a certeza de boas vendas.
“Os agricultores têm tido a garantia de que, quem optar em produzir alimento nesse país, estará fazendo um bom negócio. A gente compra e faz o alimento chegar até as periferias, uma alimentação saudável”, destacou, na quinta-feira (22), o presidente da Conab, Edegar Preto, em entrevista à Voz do Brasil
Ele disse também ter certeza de que a principal ação da companhia, o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), “tem sido um dos grandes braços para alcançar números tão importantes para a erradicação da fome outra vez”.
Com apenas R$ 2,6 milhões, o PAA passou a movimentar R$ 1,1 bilhão no governo Lula na compra direta da produção de agricultores familiares e no repasse pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Paralelamente, a companhia planeja um Plano Safra recorde para o agronegócio e a agricultura familiar, setores que voltaram a ter a Conab como grande cliente.
“Nenhum outro país da América Latina tem um sistema com a capilaridade que a Conab. Ela está em todos os estados brasileiros através da superintendências; somos a terceira empresa mais capilar do governo federal com uma enorme estrutura física, mas também de políticas públicas que a gente desenvolve”, ressaltou Edegar.
Força feminina contra a fome
Alvo de tentativa de destruição pelo ex-presidente, a companhia ressurge com o presidente Lula com toda a potência que teve nos governos petistas, responsáveis por retirar o país do Mapa da Fome em 2014.
As ações da Conab ajudaram a reduzir de 33 para 22 milhões o número de brasileiros que “dormem e acordam com fome todos os dias”, disse ele, junto com a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), dos programas sociais destruídos pelo governo anterior, o aumento real do salário mínimo acima da inflação e a rápida retomada do crescimento econômico – com investimentos bilionários pela indústria automobilística, de papel e celulose e siderúrgica.
Desde o ano passado, foram credenciadas 2.280 cooperativas e associações com as quais a companhia trabalha, estimulando a organização dos agricultores. Além disso, há a exigência de mais de 50% de participação de mulheres.
“Para nossa grata surpresa, 72% de quem vende alimentos para o PAA é de mulheres agricultoras”, destacou o presidente da Conab, ao informar que os assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas também credenciaram seus projetos.
Leia mais: Efeito Lula: em um ano, insegurança alimentar severa cai 85% no país
A Conab envia cestas de alimentos comprados via PAA a entidades assistenciais e também para as cozinhas solidárias, uma determinação do presidente Lula. A meta é fazer o alimento chegar mais fácil do agricultor até o consumidor, diminuir o preço da comida, ter políticas públicas para ampliar a oferta de alimentos, aumentando a produção, e o Plano Safra com juros mais baratos.
“A gente quer acabar coma fome não só na quantidade, mas também na qualidade do alimento”, assinalou.
América Latina e Caribe sem fome
Nesta semana, representando o governo federal, Edegar participou de encontro em Brasília da nona Reunião da Rede de Sistemas Públicos de Abastecimento e Comercialização na América Latina e Caribe, que discutiu os desafios de abastecimento e de acesso a alimentos de qualidade para a população em situação de vulnerabilidade, além de promover a troca de experiências para assegurar a segurança alimentar na região.
O Brasil foi um dos fundadores da rede em 2014, mas se afastou de 2016 até 2022. ‘Em julho de 2023 comunicamos aos países parceiros que o Brasil volta a participar com efetividade, com objetivo de fortalecer essa rede, além de buscar uma agenda comum, a exemplo do que está fazendo o presidente Lula na proposta de Aliança Global contra a Fome que está sendo proposta pela presidência brasileira ao G20”, salientou Edegar, ao acrescentar que com a volta de Lula foram abertos novos mercados em 178 países.
Ele conta que em julho de 2023 foi ao encontro da Rede em El Salvador para dizer que o Brasil estava voltando “a participar com efetividade e com o desejo de fortalecer rede para fazer cooperação, trocar experiência e ter uma agenda comum, a exemplo do que está fazendo o presidente Lula na Aliança Global Contra a Fome na presidência do G20. É orientação do presidente fazer cooperação e assim nós estamos fazendo, para ter essa ação conjunta de combate à fome na América Latina e no Caribe”, relatou Edegar.
Leia mais: “Acabar com a fome exge decisão política”, afirma Lula aos países do G20
Da Redação