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Com Novo PAC, Água para Todos beneficiará 220 mil famílias, festeja Camile Sahb

“É uma retomada importante, não só de cisternas de água para consumo humano, mas também cisternas para produção, voltadas para a inclusão produtiva das famílias atendidas”, disse a diretora do MDS ao Jornal PT Brasil

Reprodução/TvPT

Camile Sahb: o programa Cisternas completa 20 anos como uma referência internacional em inclusão social

O Água para Todos, um dos eixos do Novo PAC, alcançará 220 mil famílias ao longo dos próximos quatro anos, segundo Camile Sahb, diretora de Promoção da Inclusão Produtiva Rural e Acesso a Água do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Ela concedeu entrevista, nesta segunda-feira (16), ao Jornal PT Brasil, sobre a política de saneamento do PAC.

“A ideia é que a gente chegue em 220 mil cisternas. É uma retomada importante, não só de cisternas de água para consumo humano, mas também cisternas para produção, voltadas para a inclusão produtiva das famílias atendidas”, declarou Camile, ao salientar que o MDS vai fazer o atendimento de famílias rurais do Semiárido e também na Região Amazônica, com instalação de tecnologias sociais para o abastecimento humano e para a produção de alimentos

Recentemente o MDS fez a contratação do serviço, “o que é uma alegria muito grande, de R$ 400 milhões em cisternas para o Semiárido e de R$ 100 milhões em sistemas multiuso de acesso à água para Região Amazônica. Então, é uma retomada bem importante e consistente do programa este ano, já contribuindo com o novo PAC nesse eixo de água para quem mais precisa”, comemorou.

Camile informou ainda que a ideia é expandir o atendimento para a região Sul do país. “Estamos fazendo um acompanhamento e iniciando atendimento por lá também para minimizar a questão da estiagem”, anunciou.

Antes de estabelecer as metas do Água para Todos, que é também uma das 42 políticas de inclusão social retomadas pelo governo Lula, o MDS fez uma análise de todos os processos do programa, colocou em dia todas as prestações de contas para que fosse possível contratar novos parceiros, além de atualização dos valores das cisternas, antes desatualizados, o que impedia que novas cisternas fossem construídas.

O governo anterior, segundo Camile, deixou o programa com a “equipe totalmente desestruturada”, como a maioria das políticas sociais que foram deixadas de lado, muitos processos sem prestação de contas, sem nenhuma análise, com contratações paradas, baixíssima execução e pouco orçamento. Na transição foi feita uma recomposição dos valores do orçamento.

“Era um quadro bastante desolador, um programa tão importante foi deixado dessa forma. Deixaram os programas em situação muito crítica”, relatou Camile.

Impacto decisivo na saúde das famílias beneficiadas

O programa de cisternas começou no Semiárido em 2003. Nesses 20 anos se tornou conhecido nacional e internacionalmente e foi premiado. “A gente apresenta esse programa em vários países, para várias cooperações”, destacou, ao falar do impacto imediato que ele tem na saúde das famílias atendidas.

“Todas aquelas doenças de veiculação hídrica o programa reduz drasticamente e, em alguns casos, desaparece, como no caso da própria mortalidade infantil”, observou.

Recentemente houve um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que, segundo Camile, comprovou o impacto do programa na formação do feto. “Mulheres que tiveram atendimento por meio das cisternas, seus bebês nasceram com mais peso, com mais altura, então isso foi associado a esse acesso à água que as cisternas promovem”, afirmou a diretora do MDS.

O espectro de benefícios das cisternas é vasto. Elas também promovem inclusão produtiva das famílias no mercado de trabalho. “Vários estudos comprovam isso. O programa dá dignidade, cria inserção e promoção social, além da segurança alimentar que também é fundamental. A água é direito à vida, direito à dignidade”, salientou.

O foco do programa de cisternas sempre foi o Semiárido mas desde 2014 o programa vem atuando em outras áreas, especialmente na Região Amazônica, com tecnologia específica.

“A gente sabe que lá o problema não é escassez de água, mas a qualidade dela. É uma água cheia de dejetos orgânicos, que não consegue ser potável”, detalhou Camile. Ela explicou que o MDS tem trabalhado por meio da instalação de módulos que permitem o acesso à água e esgotamento sanitário também.

“Isso tem sido bem aceito pelas populações ribeirinhas que vivem nas reservas extrativistas. Estamos tentando ampliar esse atendimento, já contratamos mais 4.000 módulos para serem instalados em reservas extrativistas”, assinalou.

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Novo PAC vai investir R$ 1,7 trilhão e 4 milhões de empregos

Lançado pelo presidente Lula no dia 11 de agosto, o Novo PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão, em todas as unidades da federação, com foco em crescimento econômico, sustentabilidade, inclusão social, redução das desigualdades regionais, transição ecológica, neoindustrialização, geração de emprego e renda.

O governo estima que 4 milhões de postos de trabalho sejam gerados com as ações do programa. As ações são desenvolvidas por meio de parceria entre o governo federal, estados, municípios, movimentos sociais, organizações sem fins lucrativos e setor privado.

O Água para Todos está dividido em quatro subeixos: abastecimento de água; infraestrutura hídrica; água para quem mais precisa; revitalização de bacias hidrográficas. Além de promover o acesso à água, os investimentos vão fortalecer as comunidades frente aos desafios hídricos e climáticos, contribuindo para o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico.

Da Redação