A indústria naval e offshore (exploração em alto mar) brasileira irá faturar em torno de US$ 17 bilhões por ano até 2020 – cerca de US$ 119 bilhões no total – devido à expansão da produção de petróleo no pré-sal. Com isso, a participação da indústria de petróleo e gás no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços) dobrará para atingir 20%, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça.
“É importante considerar que a indústria de petróleo e gás é de longa maturação. Quando você fala em abrir uma fronteira nova, na área de petróleo, está falando em sete a dez anos para começar a produzir. A indústria do setor naval também é de longa maturação, porque trata de projetos que duram três a quatro anos para construção de cada unidade, mais um ano de engenharia”, disse Mendonça.
Há previsão de encomendas para o setor nos próximos 25 anos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado nesta quinta-feira (14) na Marintec South America – 11ª Navalshore, no Rio de Janeiro.
Na opinião do coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos Neto, a indústria naval brasileira não será competitiva, porém, em todos os segmentos. Na área da construção de navios petroleiros, por exemplo, o Brasil não vai conseguir concorrer, em termos de preços e custos, com a China ou a Coreia.
Por outro lado, o Brasil vai bem na produção de embarcações de apoio, plataformas offshore e navios sonda. “Nosso nicho de mercado, onde o Brasil tem se estruturado e desenvolvido melhor, é nesses três segmentos, que têm muita tecnologia embarcada. Isso para nós é muito bom”, diz Campos Neto.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil