No próximo dia 5 de dezembro, o Brasil vai parar contra a reforma da Previdência. Depois de intensas mobilizações, o governo golpista de Michel Temer havia deixado o debate em suspenso. Agora, quando o fim de ano se aproxima, o usurpador voltou a pautar a reforma, que acabará com direitos garantidos de milhões de brasileiros.
“Se Rodrigo Maia (PMDB-RJ) colocar a reforma em votação no dia 6 de dezembro, o Brasil vai parar”, afirma Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “A greve geral quer que o Maia retire o tema da pauta de votação”, explica.
O projeto enviado à Câmara é uma versão com menos alterações no sistema previdenciário que a proposta inicial do governo golpista. Mesmo assim, ela dificulta o acesso à aposentadoria para os brasileiros. Paulo Cayres, secretário Nacional Sindical do PT, acredita que essa versão reduzida é consequência das intensas mobilizações feitas contra a reforma, como a greve geral de 28 de abril.
Para Cayres, o objetivo dessa proposta é entregar o sistema previdenciário brasileiro na mão do setor privado. “Só de fazer o debate, já causou a migração de milhões de brasileiros para o sistema de previdência privada.A maioria da população não tem recursos para bancar essa previdência”, diz. Ele lembra que, assim como a assistência social, a Previdência não é um produto, mas um direito do trabalhador.
Nesta quarta-feira (29), representantes das principais centrais sindicais do país – entre elas, a CUT – vão ao gabinete do presidente da Câmara Rodrigo Maia exigir a retirada da proposta da pauta de votações. Segundo Vagner Freitas, o debate foi colocado na sociedade e 85% das pessoas rejeitaram a proposta. “Essa reforma é o desfecho do golpe. Eles já acabaram com os direitos dos trabalhadores”, aponta.
Cayres aponta que as mobilizações no dia 5 incluirão diversas categorias de trabalhadores. Os metroviários de Pernambuco, por exemplo, já decidiram aderir à paralisação, segundo ele. Em São Paulo, a categoria já está debatendo. Metalúrgicos também prometeram fechar a Anchieta.
O secretário afirma que se essa proposta avançar, a consequência para os deputados virá nas urnas. “Essa greve é pra dar um recado para os deputados de que se eles vão atacar nossos direitos, eles não voltarão”, diz. “Vamos denunciá-los”.
Segundo Cayres, a mobilização contará, inclusive, com o apoio da igreja católica, que distribuirá “santinhos” com os deputados que estão apoiando a retirada de direitos.
Da Redação da Agência PT de Notícias