Segmentos do comércio com vendas tradicionalmente focadas no fator presencial, como os de móveis e vestuário, lideram a expansão dos negócios on line, via web – o chamado comércio eletrônico (e-commerce). Para o consumidor, provar roupas, sapatos ou experimentar o conforto de uma poltrona passou a ser dispensável na avaliação da compra. Vale o preço.
É o que mostra o relatório SpendingPulse, do grupo de tecnologia de pagamentos MasterCard, sobre o comportamento do varejo no mês de abril deste ano (2015), no qual o e-commerce registrou crescimento de 8,1%, contra uma redução de 2,1% nas vendas totais do varejo, incluído o comércio de loja.
“O e-commerce cresceu 8,1% no comparativo com o mesmo período do ano passado, bem acima do registrado pelo comércio varejista, graças às promoções realizadas no setor”, afirmam em nota encaminhada à Agência PT de Notícias os analistas responsáveis pelo relatório.
Um consumidor confirmou a análise do relatório à reportagem, ao relatar que economizou R$ 600 na compra de uma geladeira. Também pesou na decisão o prazo de entrega (quatro dias), item que avaliou como ponto favorável à compra eletrônica.
Por não deixar nada a dever aos prazos de compras diretas na loja, a rapidez passou a contar como item concorrencial comparativo favorável à aquisição à distância.
Segundo o SpendingPulse, a redução do consumo em abril impactou o resultado do comércio global no trimestre fevereiro, março e abril, chegando a uma redução de 1% no período.
“Cinco dos sete setores ficaram acima da média total de vendas: farmácia, artigos pessoais, materiais de construção, móveis e eletrônicos e vestuário, enquanto supermercados e combustíveis ficaram abaixo da média”, diz a nota.
O relatório também destaca o crescimento no índice de confiança do consumidor, que registrou a primeira alta neste ano: 3.3% em abril. O crescente avanço das compras online, simultâneo à queda de vendas no comércio de rua, indicam que parte do público está preferindo a internet.
Essa mudança de comportamento mostra-se, inclusive, adequada aos atuais tempos de retração nos negócios, em que os excessos saem de cena para dar lugar a avaliações de “essencial”, “necessário” ou “prioritário” na hora de abrir a carteira.
A reportagem procurou o Sindicato do Comércio Varejista de Brasília (Sindivarejista) para se manifestar sobre o tema, mas não obteve retorno.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias