A luta pela soberania nacional, pelo emprego e contra as privatizações será no Parlamento e nas ruas. O compromisso foi assumido nesta quarta-feira (4) pelos mais de 300 participantes do seminário realizado na Câmara para lançamento de uma campanha em defesa do Brasil e para a criação da Frente Parlamentar e Popular em defesa da Soberania Nacional.
“Viemos aqui não só para denunciar os ataques e os retrocessos desse governo ultradireitista de Bolsonaro. Saímos daqui com um plano de trabalho, com um cronograma de atividades e, principalmente, com a definição de criar o Comitê Nacional de Mobilização para gerenciar todo esse processo”, afirmou o líder do MST, João Pedro Stédile.
Fará parte do comitê um representante por partido político do campo progressistas, um por movimento social nacional e dois das frentes Povo sem Medo e Brasil Popular. Stédile sugeriu que cada unidade da federação também crie o seu comitê estadual para divulgar e promover as atividades em defesa do Brasil.
A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou que o momento é de unidade e que todos devem estar dispostos a organizar, a mobilizar a sociedade e a fazer a luta acontecer. “Esse seminário foi muito positivo. É a nossa grande oportunidade para fazermos a resistência e a luta para a mudança dos rumos desse País”, afirmou. Ela indicou o ex-senador Lindbergh Farias como representante do PT no comitê.
Disposto a enfrentar o entreguismo do governo Bolsonaro, Lindbergh, que foi um “cara pintada” e líder estudantil na década de 90, destacou que essa ofensiva ultraliberal agora é diferente. “Antes existia um gradualismo, era uma privatização de cada vez. Agora é tudo ao mesmo tempo, por isso, essa campanha é fundamental, precisamos ganhar a maioria do povo em defesa da Petrobras e pela nossa soberania. Só vamos barrar essa sanha entreguista de Bolsonaro com o povo nas ruas”, afirmou.
Calendário de lutas
Além da unificação da luta e da criação do Comitê de Mobilização, os participantes do seminário aprovaram uma jornada nacional com grandes atos temáticos nacionais e a incorporação dos calendários de manifestações já previstos por vários fóruns e movimentos sociais e sindicais. O mês de setembro será um mês de grandes atos e protestos. O primeiro deles será realizado no dia 7, próximo sábado, quando acontece o tradicional Grito dos Excluídos. Também neste dia haverá manifestações dos estudantes em defesa da educação.
No dia 10 de setembro está programado o Dia Nacional de manifestações contra a destruição do Brasil; no dia 20 de setembro acontecerá a Mobilização Mundial em Defesa do Meio Ambiente; e no dia 24 de setembro, data prevista para a votação da Reforma da Previdência no Senado, os trabalhadores farão uma vigília no Congresso Nacional e no dia 26 de setembro, também em Brasília, as manifestações serão em defesa dos Correios.
Petrobras
No dia 3 de outubro, dia do aniversário de criação da Petrobras, haverá ato nacional em defesa da estatal, em frente à sede da empresa, no Rio de Janeiro. O ato nacional em defesa da Amazônia será no dia 5 de outubro, em Marabá (PA) e no dia 15 de outubro haverá ato em São Paulo e manifestações em todo o Brasil em defesa dos bancos públicos e das estatais.
Parlamentares e movimentos sociais estarão em Brumadinho (MG) no dia 25 de outubro em solidariedade às vítimas do crime da Vale. Na ocasião o relator da CPI de Brumadinho, deputado Rogério Correia (PT-MG) vai apresentar o seu relatório e lançar a campanha pela reestatização da Vale.
Base de Alcântara
No dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – as manifestações serão em Alcântara (MA). O ato será em defesa dos quilombolas e contra o acordo do governo Bolsonaro com o governo Trump, para que os Estados Unidos utilizem a Base de Alcântara para o seu programa espacial. E no dia 18 de outubro está previsto ato em defesa da Eletrobras, em Recife (PE).
Outras atividades deverão ser incorporadas ao calendário de luta do Comitê de Mobilização, como ato no 16 de outubro, em defesa alimentação e dos recursos naturais; e a jornada rumo ao centenário do educador Paulo Freire, no dia 19 de setembro.
Por PT na Cãmara