Luís Nassif
A aquisição da refinaria de Pasadena, pela Petrobras, foi um lance brilhante de estratégia comercial. A maior parte da produção da Petrobras era de petróleo pesado. E a refinaria servia para o refino desse tipo de petróleo.
Posteriormente, houve mudanças imprevistas. Primeiro, a descoberta e exploração do pré-sal, com produção de petróleo leve. Depois, a crise de 2008, que derrubou as cotações internacionais de petróleo.
Mesmo assim, do ponto de vista estratégico, Pasadena continuou sendo um grande lance, por permitir à empresa entrar no mercado americano com produto de valor agregado, especialmente depois que os conflitos diplomáticos com a Venezuela comprometeram sua posição de grande fornecedor de petróleo para os EUA.
O escândalo em torno da compra transformou a refinaria de Pasadena em um elefante branco. Mas apenas para uma cobertura midiática desinformada e partidarizada.
Em estudos de 15 de fevereiro de 2019, agora relevados, enquanto a Petrobras estava sendo desmontada, e a Pasadena era a alavanca para mostrar a suposta incompetência da empresa, a S&P Global, Marketing Intelligence publicava estudo mostrando a relevância da refinaria de Pasadena para a estratégia da… Chevron.
O setor enfrentava ameaças geopolíticas de oferta de petróleo pesado – problema que nunca afetou a Petrobras, como produtora de petróleo.
Publicado originalmente no portal GGN.