No fim de 2020, o assassinato de mulheres disputou as manchetes dos portais e teve destaque nos compartilhamentos nas redes sociais digitais no fim do ano. O de maior repercussão foi o da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenz, morta na véspera de Natal, pelo ex-marido, a facadas na frente da filha.
Mas o feminicídio, crime em que um homem mata uma mulher por ela ser mulher – e ele não conseguir aceitar que ela tem direitos, escolhas, vontades e vida própria – acontece durante todo o ano. Algumas das outras vítimas eram donas de casas, ajudantes gerais, professoras e estudantes. Em geral, mortas pelos atuais ou ex-companheiros que trazem sempre o argumento de que “não aceitavam o fim do relacionamento”.
Combater esse tipo de crime, que acontece geralmente dentro de casa e tem como cenário a intimidade do casal ou da família, não é fácil. Por isso a importância para a educação sobre gênero, sobre direitos das mulheres para crianças e adultos. É preciso que nas escolas, no trabalho, nas associações, em todo espaço onde a gente compartilhe a vida, possamos ensinar e aprender sobre respeito à vida da mulher.
A Organização Mundial de Saúde – OMS estima que 35% das mulheres em todo o mundo já tenham sofrido qualquer violência física e/ou sexual praticada por parceiro íntimo ou violência sexual por um parceiro em algum momento de suas vidas. Você que lê esse texto agora, certamente conhece uma mulher que já foi vítima de violência doméstica ou sexual por parte do namorado, marido, parente, vizinho. Meninas, mulheres adultas, idosas, violadas e mortas porque homens não as enxergam como donas de suas vidas, mas sim como objetos que eles podem apalpar, abusar, matar.
Nosso segundo mandato se inicia reforçando o compromisso em defesa da vida das mulheres. Por isso propõe a Lei Maria da Penha na Escola, o Fundo Municipal dos Direitos das Mulheres, o Banco de Emprego para Mulheres Vítimas de Violência, dentre outras iniciativas protocoladas na Câmara Municipal de Fortaleza. Não queremos que nossas mulheres vivam em um mundo onde terminar um namoro ou casamento, por exemplo, é praticamente uma sentença de morte.
Larissa Gaspar
Vereadora de Fortaleza (PT)