Partido dos Trabalhadores

Congelamento do Mínimo impede recuperação econômica

“Sem dinheiro girando na economia a crise vai demorar a terminar”, alerta Adriana Marcolino, técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional. “Nos governos do PT o salário sempre teve aumento acima da inflação. Foram 74% de aumento real. A diferença não está só no bolso do trabalhador. Está no compromisso com um país mais justo”, advertiu a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann

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Governo desvaloriza salário mínimo

O congelamento do salário mínimo pelo segundo ano consecutivo vai atrasar ainda mais a recuperação da economia. O orçamento apresentado na segunda-feira, 31, diminuiu de R$ 1.079 para R$ 1.067 o valor para 2021, novamente sem aumento real. “Sem dinheiro girando na economia a crise vai demorar a terminar”, alerta Adriana Marcolino, técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da CUT Nacional.

Ao contrário dos governos do PT que valorizaram o salário  mínimo em 77%, Bolsonaro aprofunda o arrocho, a recessão e a desigualdade no país. Em dois anos, Bolsonaro retirou R$ 18,00 mensais do bolso de cada trabalhador e de cada aposentado que ganha o salário mínimo. “Nos governos do PT o salário sempre teve aumento acima da inflação. Foram 74% de aumento real. A diferença não está só no bolso do trabalhador. Está no compromisso com um país mais justo”, advertiu Gleisi Hoffmann, deputada federal (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores.

Para o presidente Lula, não adianta o governo falar em criar o programa Renda Brasil se mantém o salário mínimo congelado. “Ao mesmo tempo em que ele fala que vai fazer o Renda Brasil, estamos há dois anos sem aumento do salário mínimo. E o orçamento que ele mandou não tem aumento do salário mínimo para o próximo ano”, disse em entrevista a Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, nesta quarta-feira, 2. Na entrevista, Lula alertou para o desmonte que o atual governo está promovendo na maioria dos programas sociais e de renda criados nos governos petistas.

Movimentação da economia

Fundamental para movimentar a economia, a Política de Valorização do Salário Mínimo foi criada no governo Lula (PT) com apoio da CUT e demais centrais sindicais. Nesse período, segundo o Dieese/CUT, 84,5% de mais de 300 categorias profissionais conquistaram reajuste acima da inflação. A valorização do salário mínimo também resultou em ganho real de 42,9% no salário médio de admissão. O valor inicial passou de R$ 772,58, em 2003, para R$ 1.104,12 em 2013, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

A importância do salário mínimo para a economia do país é evidente nos indicadores econômicos e sociais do país. Um total de 48,9 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. Desses, 23,6 milhões são aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que sustentam família e movimentam as economias locais. Outros 10,9 milhões são  trabalhadores formais, 10,2 milhões de trabalhadores por conta própria e 3,8 milhões de empregados domésticos e outros 255 mil empregadores.

Apesar da queda do Produto Interno Bruto (PIB), Adriana Marcolino defende que o governo poderia reajustar o salário mínimo. Para ela, a valorização do salário mínimo seria importante para o país sair da crise e estancar o aumento da pobreza no pós-pandemia. “Bastava Bolsonaro entender que sem dinheiro girando na economia a crise vai demorar a terminar”, defende a técnica do Dieese. “A valorização do salário mínimo é importante porque reduz a distância salarial que no Brasil é muito grande e, consequentemente, diminuiu a desigualdade social”, afirma Adriana.

Para o Dieese, o ideal seria que o mínimo para o sustento de uma família de quatro pessoas, em julho deste ano, fosse de R$ 4.420,11. Este valor é 75% maior que o previsto pelo governo em seu orçamento para 2021. “Por isso que é tão importante o ganho real, mas, infelizmente, o governo federal vê o ganho do trabalhador como despesa para os grandes empresários e não como indutor da economia”, critica a técnica do Dieese/CUT.

Da Redação com site da CUT