Partido dos Trabalhadores

Congresso instala comissões para avaliar MPs do governo Lula

Após três anos, instalação das comissões mistas marca retorno do rito constitucional de análise das matérias pelos parlamentares da Câmara e do Senado. Entre as temáticas estão programas como o Bolsa Família

Agência Senado

Congresso Nacional instala comissões que vão avaliar Medidas Provisórias encaminhadas pelo Governo Lula. Foto: Agência Senado

O Congresso Nacional instalou nesta terça-feira, 11, as comissões mistas que vão avaliar as Medidas Provisórias (MPs) encaminhadas pelo governo Lula. Ao todo, o governo tem 12 MPs a serem analisadas pelos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal até o início do mês de agosto.

Entre as temáticas das MPs estão programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, além da reestruturação de órgãos do Poder Executivo, que agora possui 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério ligados à Presidência da República.

A comissão da MP 1.164/2023 do Bolsa Família (MP) será presidida pelo líder do Partidos dos Trabalhadores e Trabalhadoras (PT), senador Fabiano Contarato (PT-ES), e terá o deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) como vice-presidente. O relator da comissão é o deputado Dr. Francisco (PT/PI).

A proposta da MP, que recria o Bolsa Família e substitui o Auxílio Brasil, é estabelecer o valor mínimo de R$ 600 para as famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), com um adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos. Além disso, o governo Lula paga o valor extra de R$ 50 para cada dependente entre 7 e 18 anos e para gestantes.

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Retorno do Minha Casa, Minha Vida

A MP 1.162/2023, que relançou o Minha Casa, Minha Vida, será presidida pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), com relatoria do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP). A proposta da medida é atender famílias com renda mensal de até R$ 8 mil, na zona urbana, e anual de até R$ 96 mil, na zona rural. O programa de habitação social no Brasil foi criado no governo Lula em 2009 e extinto por Bolsonaro, em 2020.

Está prevista uma audiência pública com representantes dos ministérios das Cidades e da Casa Civil, além da Caixa Econômica Federal para a próxima terça-feira (18). O relatório deve ser debatido e votado entre 2 e 5 de maio e o prazo para a análise dessa MP termina em 14 de junho.

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Reestruturação do Executivo

A comissão que discutirá a MP 1.154/2023, que prevê a reestruturação da Esplanada dos Ministérios, será presidida pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), com relatoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) foi escolhido como vice-presidente.

O prazo de análise da MP foi prorrogado e precisa ser votada pela comissão mista e pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal até o dia 1º de junho.

Com força de lei, as MPs entram em vigor imediatamente quando são enviadas pelo presidente da República para análise do Congresso Nacional. O prazo de vigência é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período se a votação na Câmara e no Senado não tiver sido concluída.

Conforme a Constituição, cada MP precisa ser apreciada por uma comissão mista de deputados e senadores antes de passar pelos Plenários da Câmara e do Senado.

Instalação cancelada

A reunião que também instalaria nesta terça-feira, 11, a comissão da MP 1.160/2023, que retomou o voto de qualidade no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), foi cancela. Com a edição da MP, os conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que são os presidentes de turmas e câmaras no Carf, poderão desempatar as votações a favor da União.

Da Redação, com informações da Agência Brasil e Agência Senado