O Conselho de Ética do Senado decidiu, nesta terça-feira (8), encerrar o absurdo processo contra seis senadoras que ocuparam a mesa do plenário na sessão votou a reforma trabalhista, em julho. A sessão havia sido inicialmente convocada para escolher o relator da denúncia, mas por 12 votos a 2, além de uma abstenção, o processo foi arquivado.
O presidente do colegiado, João Alberto (PMDB-MA), tentou dar prosseguimento à denúncia, apresentado por José Medeiros (PSD-MT) contra as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR).
Logo no início da sessão, o presidente da conselho anunciou as regras para a escolha do relator da denúncia. Indignado, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, fez duras críticas ao andamento da sessão. O líder chegou a ir protestar na mesa do conselho, lembrando que o mesmo colegiado arquivou uma representação contra Aécio Neves (PSDB-MG) – o tucano teria recebido R$ 2 milhões em propina do dono da JBS, Joesley Batista, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.
“Eu protestei porque a indignação é muito grande, eles já estavam sorteando o relator. Depois daquilo é que começou a se costurar um certo acordo”, afirmou o senador Lindbergh.
Após alguns minutos de sessão suspensa, o líder da Oposição na Casa, Humberto Costa (PT-PE), leu um pedido de reconsideração apresentado pelas seis senadoras do andamento da denúncia na Casa. Como a proposta de reconsideração foi aceita – sob justificativa constrangida de alguns parlamentares da base de ser uma decisão “pacificadora”, o caso foi arquivado.
“Foi uma vitória porque perceberam que uma situação como essa não se sustenta, seria um escândalo”, disse Lindbergh, lembrando que João Alberto sequer abriu investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Começaram a perceber que ia ficar muito mal para eles”, disse.
*Do PT no Senado