Partido dos Trabalhadores

Consórcio Nordeste assina 1º contrato no país para produção de hidrogênio verde

Fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas, parceria de R$ 40 milhões foi firmada com a CPFL Energia e a Mizu Cimentos, dentro de uma estratégia conjunta dos nove estados da região e que começa pelo Rio Grande do Norte

Governo do RN

Governadora Fátima Bezerra (ao centro), presidenta do Consórcio, durante a cerimônia de assinatura do contrato

O Consórcio Nordeste assinou, nesta quinta-feira (22), com a CPFL Energia e a Mizu Cimentos, o primeiro contrato para a produção de hidrogênio verde da história do país, uma iniciativa fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas. A parceria faz parte de uma estratégia conjunta de todos os estados da região e que começa pelo Rio Grande do Norte.

O contrato foi assinado em Natal pela governadora do estado e presidenta do Consórcio Nordeste, Fátima Bezerra (PT). Ele prevê a aplicação do hidrogênio de baixo carbono voltada à indústria do cimento, com investimentos de mais de R$ 40 milhões até 2030. Essa importante parceria se dá no contexto das celebrações dos 50 anos das relações entre Brasil e China.

Fátima enfatizou o pioneirismo potiguar no processo brasileiro de transição energética. “A partir de agora, nosso estado, e o Nordeste, se destaca como o primeiro no país a desenvolver o mercado do hidrogênio verde, contratando essa fonte de energia para a nossa indústria local”, assinalou  a governadora.

“Este é um exemplo claro de que a reindustrialização do Brasil, especialmente do Nordeste, é possível, e que o hidrogênio verde é a chave para a descarbonização da nossa economia e para o enfrentamento dos desafios climáticos que estão à nossa porta”, prosseguiu.

A assinatura do contrato ocorre 20 dias depois de o presidente Lula sancionar o Projeto de Lei (PL) 2.308/2023marco legal na produção de hidrogênio de baixo carbono no país. O empreendimento liderado pelo governo do RN será financiado com recursos do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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“Estamos diante de uma oportunidade histórica de transformar o Brasil em uma potência na produção e exportação de energia limpa, gerando desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente e criando benefícios para o nosso povo”, exaltou a governadora.

Vanguarda

O CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrella, avalia a iniciativa como positiva na esteira do desenvolvimento e da incorporação do hidrogênio verde à produção de cimento. “Ainda é uma tecnologia para ser desenvolvida, para ganhar competitividade, mas que é uma tecnologia que o mundo inteiro estuda e, obviamente, não ficaríamos fora”, ponderou.

“Acho que nosso desafio aqui é primeiro conhecer a tecnologia para ganharmos mais produtividade, mais eficiência e, como consequência, baixar o custo”, acrescentou Estrella.

Uma planta-piloto de produção de hidrogênio verde com energias renováveis será instalada no RN. Ela irá abastecer a fábrica de cimentos da Mizu no município de Baraúna, fronteira com o estado do Ceará (CE).

Na cerimônia de assinatura do contrato, a governadora exaltou a parceria público-privada em benefício do Brasil. “O governo dá as diretrizes e o suporte necessários, enquanto o setor privado traz a inovação, o investimento e a expertise técnica que garantem o sucesso de empreendimentos dessa magnitude”, afirmou Fátima.

“Juntos, estamos criando um ambiente favorável ao desenvolvimento sustentável e ao crescimento econômico, beneficiando toda a nossa gente”, concluiu a governadora.

Parceria Brasil-China

Com sede em Campinas, São Paulo, a CPFL Energia atua nos ramos de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Foi fundada em 1912 por dois engenheiros da Escola Politécnica de São Paulo, Manfredo Antônio da Costa e José Balbino de Siqueira. Desde 2017, a companhia pertence à gigante chinesa State Grid, a maior empresa de energia elétrica do mundo.

Já a Mizu Cimentos integra o conglomerado Polimix, que mantém unidades de negócios espalhadas no Brasil e no exterior. A empresa é capaz de produzir 7 milhões de toneladas de cimento por ano.

Da Redação, com informações do Governo do Rio Grande do Norte, Mizu Cimentos, Jota