Partido dos Trabalhadores

Consultoria que ‘previu’ reeleição diz que Dilma sobreviverá ao processo de impeachment

Eurasia avalia que momento é mais adequado para defesa da presidenta; em abril de 2014 disse que Dilma ganharia “apertado”, no segundo turno

Foto: Lula Marques/Agência PT

Com sede em Washington, a consultoria internacional de risco Eurasia, que previu em abril do ano passado (2014) a “vitória apertada”, no segundo turno, da presidenta Dilma Rousseff, diz em novo relatório que a presidenta vai sobreviver ao pedido de impeachment e ainda se beneficiará do fato dele ter acontecido neste momento.

O relatório da Eurasia foi divulgado pouco depois de o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter anunciado a aceitação do pedido de impeachment de autoria dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal, no início da noite de quarta-feira (2), conforme nota do portal financeiro Infomoney, especializado em negócios e investimentos.

Para os analistas políticos da consultoria, liderados pelo seu diretor de assuntos latino-americanos, o brasileiro João Augusto de Castro Neves, o momento não poderia ser mais adequado à presidenta.

O documento avalia que os piores desdobramentos da Operação Lava Jato ainda estão por vir e a retração econômica ainda trará mais desgaste político. A equipe considera ser melhor que (a abertura do processo) tenha acontecido agora, “antes que o pior… surja”.

No entender dos analistas, a abertura do processo foi uma espécie de vingança de Cunha contra o Partido dos Trabalhadores (PT), da presidenta.

“Após o PT anunciar que ia votar pela admissibilidade do processo (de cassação) contra Cunha, no Conselho de Ética, o deputado finalmente resolveu “puxar o gatilho”, em seu último esforço para desviar o foco dele para a presidenta”, afirma a Eurasia sobre o episódio que antecedeu a decisão do presidente da Câmara.

Acerto – Em relatório divulgado em 21 de abril de 2014, a Eurasia avaliou, sobre o cenário político eleitoral brasileiro, que “não descarta nova queda da aprovação da presidenta em maio”, mas que, apesar de estar naquele momento em seu “pior nível de aprovação”, a “recuperação nas taxas (de intenção de votos) pode começar quando a campanha para as eleições esquentar”.

Também observava que “uma maior participação do ex­-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha podia ajudar, bem como os níveis baixos de desemprego no Brasil”.

A Eurasia acertou nas suas projeções. Dilma venceu com margem pequena, de 3,3% (a consultoria estimou em até 4%), no segundo turno (disse que não seria no primeiro); ela se recuperou com o início da propaganda eleitoral; e isso teve a participação direta do seu antecessor Lula, incorporado à toda a mídia e marketing eleitorais da presidenta.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias