Poeta, escritora, violeira e cantadora de diversos poemas e cordéis enfocando a temática social. Militante do movimento de mulheres e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba – o mesmo que havia sido presidido por Margarida Maria Alves até esta ser assassinada diante de filho e marido em 12 de agosto de 1983.
Autora de Dois Corações que se Amam, Milagre de Santo Antonio e Perigos na Adolescência, voltado aos pais e adolescentes, a agricultora e também repentista Maria da Soledade Leite escreveu também A Morte de Margarida.
O cordel especial, escrito logo que Soledade retornou a Alagoa Grande, com a morte de Margarida, homenageia a amiga e contemporânea de lutas, que continua viva na memória mesmo já tendo passado 36 anos de impunidade.
Com 77 anos, ela já participou de três edições da Marcha das Margaridas. Em todas elas, tocando viola na programação cultural. Já gravou quatro CDs de repente e violas, dois deles intitulados Mulheres no Repente. Venceu diversos encontros de viola, sendo premiada com o troféu Margarida Maria Alves.
Soledade conheceu Margarida em 1975. “Era um tempo em que se colocava criança de 8, 9 , 10 anos para trabalhar na cana, com um facão sem tamanho. Quando o sindicato se opunha, diziam que estava sendo tirado o pão da boca deles. E se hoje dizem que a Previdência está quebrada, é por causa deles, e não pelo salário de fome”, disse à jornalista Claudia Motta, da RBA, que acompanha a Marcha da Margaridas em Brasília.
“Não foi fácil assumir o sindicato. Havia muito medo. Depois da morte dela (Margarida), o Zé Horácio e a (Maria) Da Penha foram muito perseguidos pelos usineiros. Fui avisada por um deles para que não passasse em suas terras, porque ele não gostava de sindicato e nem do Partido dos Trabalhadores”, lembrou.
Questionada sobre que mensagem deixaria aos jovens brasileiros, que viveram na democracia desde que nasceram, não titubeou: pediu juízo.
“Repare três vezes em quem está votando. Tem muito político traíra que aparece de quatro em quatro anos para enganar o eleitor. Na Paraíba tem um monte de traíras que votaram contra os trabalhadores na reforma trabalhista, da Previdência. O que vai mudar sua vida são as pessoas comprometidas. O que precisamos é terra para poder trabalhar, moradia, assistência à saúde, SUS de qualidade, educação de qualidade. Não podemos voltar para o tempo de Margarida, quando tínhamos crianças trabalhando. Depois de Lula, tivemos nossas mesas fartas, escola, transporte pra nossos filhos irem as escolas”, destacou.
Indagada sobre Lula, pediu licença e recitou:
“Lula foi preso não foi devido a corrupção
Foi preso por colocar pobre pra viajar de avião, negro em universidade, fugindo da tradição
Lula está na prisão por querer cidadania e ver na casa do pobre a sua mesa vazia e fazer essas famílias comer 3 vezes por dia.
Lula está na enxovia por ser humanitário e deu ao trabalhador o ganhar necessário, por respeito e por dever deu aumento para o salário
Ele é presidiário, dele mancharam seu nome não foi devido ao tríplex feito com renome, mas por tirar o Brasil do mapa triste da fome
De Lula sujaram o nome, mancharam sua honradez porque ele fez o que os outros políticos “não fez”
Foi pagar a dívida externa que o outro velhaco fez
Hoje ele está no xadrez por ser homem de valor de já fazer o bem para o povo trabalhador
Tirar o povo sofrido das garras do opressor
Dele negaram valor para dizer mais minha isco e as águas do são Francisco da sede acabando o risco
Por isso eu digo agora viva Deus e o São Francisco
A água do São Francisco rolando nas cachoeiras e os estudantes felizes nos estudos sem fronteiras
Se isso tudo foi roubo, foi a santa roubalheira
As pessoas traiçoeiras e essa mídia bandida, muitos políticos corruptos e a polícia vendida foram contra o projeto Minha Casa Minha Vida
Essa pessoa detida que nem um mal praticou, seu crime foi Luz para Todos que o Brasil ilumino
E com isso o bando perverso “inda” mais se indignou. Lula Livre!”