Neste 1º de Maio, trabalhadores saíram as ruas em todos os estados em atos pelo Dia do Trabalhador, pela democracia e contra o golpe em curso no Brasil.
Capitais como São Paulo (SP), Brasília, Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Natal (RN), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Curitiba (PA) tiveram atos organizados por centrais sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil), Intersindical e pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.
São Paulo
Em São Paulo, as dezenas de milhares de pessoas reunidas no Vale do Anhangabaú puderam ouvir o discurso da presidenta Dilma Rousseff, em que ela anunciou o reajuste do Bolsa Família e alertou sobre o risco da perda de direitos trabalhistas em caso de um eventual governo Michel Temer. Para Dilma, o golpe será não só contra a democracia, mas também contra os trabalhadores, que serão os principais prejudicados pelas propostas previstas por Michel Temer (PMDB). Diminuir o peso da CLT nas relações trabalhistas, acabar com a política de valorização do salário mínimo e reduzir o número de beneficiários do Bolsa Família foram alguns dos retrocessos citados pela presidenta.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, elogiou a união de diversas centrais sindicais, partidos e movimentos em torno da manutenção do Estado de Direito no país. “Pela primeira vez em muitos anos você tem a liga dos partidos de esquerda com os movimentos sociais que havia até um certo distanciamento. Então o fundamental nesse momento é manter essa unidade para continuar combatendo o golpe”, afirmou.
O prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o senador Lindbergh Farias (PT), a senadora Gleisi Hoffmann (PT), o líder do Mtst (Movimento dos Trabalhadores sem Teto), Guilherme Boulos, e outras figuras importantes da militância também estiveram presentes no ato.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou que o golpe será prejudicial aos trabalhadores. “Todos nós unificamos para defender a democracia, porque nós sabemos que o golpe é contra a Dilma e Lula, mas principalmente contra os trabalhadores. O golpe é para retirar direitos, acabar com a CLT, com a política de valorização do salário mínimo e com os benefícios sociais”, disse.
Ato no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ) contou com a presença de artistas como o ator Bemvindo Sequeira e com intervenções artísticas, apresentações teatrais e shows de forró e samba.Em ato no Parque da Redenção, em Porto Alegre (RS), o Nobel da Paz Adolfo Ezquivel fez fala em defesa da democracia. Outro destaque da capital gaúcha foi a escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina.
Em Belo Horizonte (MG), ao menos 10 mil manifestantes ocuparam a praça da Liberdade. Já os jovens do Levante Popular da Juventude realizaram um escracho em frente a residência de Antonio Anastasia, relator do processo de impeachment da presidenta.
Já em Fortaleza (CE), na praia da Iracema, um manifesto lembrou das vítimas da ditadura militar e pediram “Golpe nunca mais”.
Em Natal (RN), a caminhada contra o golpe na democracia e pelos direitos trabalhistas percorreu a Av. Beira Mar.
Em Salvador (BA), a mobilização aconteceu no Farol da Barra.
Nas cidades de Teresina, capital de Piauí, e Igaci, interior de Alagoas a população também foi às ruas. Já na cidade de Bauru, movimentos sociais fizeram o trancaço contra o golpe, interditando a Rodovia Marechal Rondon na altura do KM341.
No Recife (PE), o presidente estadual da CUT Carlos Veras afirmou que estão previstas greves gerais contra o golpe. No próximo dia 10, a central está chamando uma paralisação nacional. . “Seja uma hora, duas, o dia inteiro, mas vamos parar e começar a organizar uma greve geral no país, não vamos aceitar um golpe aos diretos trabalhistas. E independente do resultado no Senado vamos continuar lutando”, afirmou ele no ato no centro da cidade.
Em Brasília, o ato na Torre de TV contou com a presença de parlamentares como a deputada Érika Kokay (PT-DF). Desde o sábado, a capital federal foi palco de manifestações políticas e culturais contra o golpe e pela democracia.