Nas últimas semanas, o governo Bolsonaro, que amplia o ataque aos direitos dos trabalhadores no rumo da destruição da previdência e de sua organização sindical, aos direitos sociais e encaminha a entrega total do Brasil aos interesses do imperialismo, mostrou à população mais uma de suas faces perversas: o ataque brutal à educação pública brasileira visando sua liquidação.
Após caracterizar as universidades, responsáveis por mais de 60% das pesquisas no Brasil, como espaços de “balbúrdia”, o ministro da educação, Abraham Weintraub, que já havia cortado de maneira vil o orçamento de três universidades, bloqueou (ou melhor, cortou) 30% do orçamento de todas as instituições federais de ensino. Os Institutos Federais e Universidades, que já viviam no limite de sua capacidade operacional após os cortes promovidos por Temer, foram mergulhados em uma situação de calamidade, que aponta para sua inviabilização.
A sanha privatista e subserviente ao capital financeiro contra a educação, afronta a continuidade da produção de pensamento crítico e de conhecimento científico, fundamentais para o desenvolvimento nacional, encontrou a resistência das ruas.
No último dia 15 de maio, atendendo ao chamado dos movimentos organizados da educação em uma greve em defesa da educação pública, o país foi tomado por estudantes, professores e demais trabalhadores, que disseram não ao desmonte de instituições que durante os governos Lula e Dilma se diversificaram, transformando-se na centelha da esperança de um futuro melhor para os filhos e filhas da classe trabalhadora.
Espaços antes exclusivos das elites, se cobriram com as cores do Brasil, incluindo nossa juventude negra, indígenas, a grande maioria deles sendo os primeiros de suas famílias a cruzarem os portais das Universidades e IFs, garantindo acesso a uma educação de qualidade, promotora de uma a formação profissional integrada.
Ao assanhar o formigueiro, Bolsonaro potencializa a indignação quando desqualifica os estudantes que davam uma aula de consciência política. A insolvência deste governo, que se notabiliza pela crise permanente, se amplia a cada dia. Nas ruas ecoou o grito Fora Bolsonaro, fundamental, mas insuficiente nesta quadra da história.
Precisamos dizer que este modelo neoliberal extremo não é compatível com a liberdade e o bem comum do conjunto do povo brasileiro. As ruas estão propagando seu recado, em alto e bom som: é preciso derrubar este governo, no seu conjunto. Bolsonaro não é mais tolerado. Chegou no seu limite final. Mas, também, não queremos Hamilton Mourão e o domínio militarista que ameaçou toda a trajetória da república brasileira. Tampouco Paulo Guedes, serviçal da banca internacional, Sérgio Moro e seu pacote de extermínio da população negra e pobre, afronta letal aos movimentos sociais e negação dos princípios elementares do direito, ou os fundamentalistas que atacam o pensamento crítico, a cultura e os direitos humanos.
Após um processo eleitoral marcado pela disseminação de notícias falsas, financiadas com recursos ilícitos, ausência de debate político e a interdição de Lula, que o povo queria reconduzir à presidência da República, devemos lutar também por novas eleições que deverão ser realizadas com Lula Livre. O golpe continuado que vivenciamos articula todos esses elementos que não se equacionam apenas com a derrubada de Bolsonaro, mas da política que ele representa. Trata-se de restabelecer o Estado Democrático de Direito para que o povo possa de fato escolher os rumos desse país.
Lula Livre!!!!
Fora Governo Bolsonaro!
Natal, 19 de maio de 2019.
Avante, tendência interna do Partido dos Trabalhadores