Dois dias depois da constrangedora entrevista concedida à emissora “oficial” da família, a Rede Record, Flávio Bolsonaro voltou a ver sua situação se complicar com a divulgação de documentos que mostram a aquisição de dois apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro no valor total de R$ 4,2 milhões.
O valor declarado pelos compradores e vendedores é menor do que aquele usado pela prefeitura para cobrança de impostos, atitude típica de quem pretende esconder a origem do dinheiro. E para piorar a situação do filho do presidente, o período da aquisição dos imóveis coincide com o que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentação de R$ 7 milhões nas contas de Fabrício Queiroz, segundo revelou reportagem do jornal O Globo.
Não custa lembrar que o ex-motorista é o pivô de um suposto esquema ilegal de arrecadação de parte dos salários de servidores do gabinete. Também atesta contra o parlamentar outro relatório que aponta pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa —o órgão não conseguiu identificar a data exata e o beneficiário.
De acordo com os documentos obtidos em cartórios, Flávio registrou em junho de 2017 a quitação de uma dívida com a Caixa no valor aproximado de R$ 1 milhão para aquisição de um dos apartamentos que comprou, no bairro das Laranjeiras. Segundo dados de uma das escrituras, o débito foi pago em 29 de junho daquele ano.
De onde vem tanto dinheiro?
O salário de um deputado estadual do Rio é de R$ 25,3 mil brutos. Como, então, Flávio teria conseguido movimentar quantias muito maiores durante o período em que exercia seus mandatos? Segundo o próprio, o dinheiro vem de atividade empresarial que não sabe explicar exatamente qual é.
O que se sabe é que ele tinha um Gol 1.0 como único patrimônio em 2002 e depois virou espécie de corretor ao realizar operações envolvendo 19 imóveis na zona sul do Rio de Janeiro e Barra. Hoje tem dois apartamentos e uma sala que, segundo a prefeitura, valem R$ 4 milhões. Como se vê, os valores que movimentou não condizem com o seu rendimento.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo