No dia 22 de abril, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto recebeu uma solicitação para cassar o mandato da vereadora petista Duda Hidalgo por quebra de decoro parlamentar, após participar de protestos contra o presidente da República.
No entanto, indícios apontam para possíveis falhas no registro do pedido de cassação e até situações mais graves como um eventual crime de falsidade ideológica.
O documento foi assinado por “Maria Eunice Machado”, dona do CPF 775.688.931-20. Porém, esse número na verdade corresponde a “Ana Maria Machado”, cujo CPF está cancelado, segundo informações da Receita Federal. Além disso, o mesmo número de CPF consta em alguns sites que alertam para a utilização de documentos falsos para aplicação de golpes.
O endereço informado pela autora do pedido também é falso. O número da localidade registrada no documento não existe.
“É absurdo o prosseguimento desse processo e, mesmo se não houvesse nenhum vício formal, se trata de uma clara tentativa de me calar e censurar. Infelizmente, não se trata de um caso isolado, quando jovens, mulheres, LGBTQIA+, negros e negras ocupam espaços de poder que diariamente nos são negados a intolerância se aflora. Não serei silenciada e tampouco intimidada! Continuarei trabalhando arduamente na construção de uma cidade mais justa”, declarou a parlamentar ao site Revide.
A secretária nacional de mulheres do PT, Anne Moura, reforça que a situação de perseguição política, principalmente contra as mulheres, segue sendo uma realidade.
“Esta é uma situação clara de perseguição política. A esquerda no geral vem sofrendo duros ataques anti-democráticos legitimados pelo governo Bolsonaro. No entanto, quando se trata de mulheres, o fardo é ainda mais pesado”, enfatiza.
Diante dessas condições, o processo de cassação da vereadora foi arquivado