A rejeição nesta quinta-feira (5) da convocação de Antonio Palocci, (ex-ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff ), foi o recado que a maioria dos deputados que compõem a CPI do BNDES deu àqueles que teimam em mudar o foco da comissão. A esmagadora maioria do colegiado disse não aos requerimentos de deputados do PSDB e PPS que solicitavam a convocação do ex-ministro. Para o segundo vice-presidente da CPI, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a única intenção da oposição ao tentar convocar Palocci “era a de fazer luta política”.
“Não vamos concordar com isso. A CPI tem um objetivo determinado, que é investigar as operações realizadas pelo BNDES e não investigar a República. Essa não será a CPI do fim do mundo como muitas que já aconteceram em outros tempos aqui nesta Casa. Esta comissão tem objetivo, tem foco e não vamos nos desviar dele”, assegurou Zarattini.
Para o petista, a oposição, na ausência de fatos concretos que desabonem o BNDES, se vale de fatos paralelos, sem correlação com atividades da instituição financeira. O deputado analisou que compreende a dificuldade de setores oposicionistas em levar adiante os trabalhos da CPI ao fugirem do escopo estabelecido. Isso, segundo ele, porque todos os depoimentos até agora prestados, não apontam irregularidades nas operações do banco.
“Para desgosto da oposição, os depoimentos colhidos não revelaram qualquer irregularidade nas operações realizadas pelo BNDES. Esse banco é verdadeiro orgulho do povo brasileiro e fundamental para o desenvolvimento do Brasil e das nossas empresas no interior do país e no exterior”, afirmou Zarattini.
Requerimentos – Mais cedo, na reunião da CPI, foram aprovados vários requerimentos de autoria de Zarattini. Entre eles, o que solicita do BNDES cópias de contratos, empréstimos, financiamentos e aditivos firmados pelo banco com a Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas) unidade da cidade de Cubatão, São Paulo.
A iniciativa de Zarattini ocorre em função do anúncio feito pela siderúrgica em paralisar as atividades. Segundo o deputado, essa companhia foi beneficiada com financiamentos públicos do BNDES. O requerimento foi aprovado por unanimidade pela comissão.
Em caso de confirmação da paralisação das atividades da empresa cerca de 4 mil trabalhadores ficarão desempregados na cidade de Cubatão. O fechamento dessa unidade também afetará a região da Baixada Santista, ocasionando provável demissão de 23 mil pessoas e mais de 100 empresas poderão fechar as portas.
Por Benildes Rodrigues, do PT na Câmara